sexta-feira, 20 de março de 2009

E se o meu corpo encontra Beleza quando se rende?

Observação (primeiro grupo)

Rendo-me ao vazio. Encontro o vazio nos meus gestos. Rendo-me ao movimento do outro. Rendo-me à aceitação daquilo que sou. Rendo-me ao fluxo daquilo que somos juntos.
Gravitamos. Planamos.
Quando me rendo o meu corpo segue esta vontade estrangeira.
Eu como o observador que se deixa envolver e deleitar neste jogo.


Experiência (segundo grupo)

Vontade de me render . Rendem os músculos, os órgãos, o esqueleto, a mente e a pele. Rendo-me à presença imposta pelo outro. Não sei de que outra forma me render que não a ausência de movimento. Mas hoje estou eléctrica e talvez esta mesma electricidade atraia os outros e o seu movimento que manipula o meu movimento.
Sinto-me invadida pelo render do outro e violentada pela sua forma de estar. Rendo-me à minha emoção. Cruzo os braços e fico. Tremo, não consigo parar, e os olhos enchem-se de lágrimas.
Hoje em mim não cabe o infinito.

(Só mais tarde encontrei a Beleza neste momento)

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