domingo, 30 de maio de 2010

B

quarta-feira, 26 de maio de 2010

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sinopse

Sobre o Projecto B

O Projecto B, em desenvolvimento desde Janeiro de 2009, é um projecto de pesquisa, experimentação, sensibilização e criação coreográfica cuja força motriz é a procura da beleza, “lugar em comum” entre os seus intervenientes.

Propositadamente estendido no tempo, envolve ateliers, conversas e outras actividades que visam estabelecer uma relação de partilha, troca e enriquecimento mútuo.

Interessando-se, pois, pela visão, planos e estratégias que cada um pode criar para que a procura B possa ter lugar, ele será, por fim, um álbum, uma colecção dos processos, experiências e vivências de todos aqueles que, permanente ou temporariamente, dele fizeram parte.

O Projecto B não pretende definir o que é a beleza, mas gostaria de contribuir para relembrar a sua importância: relembrar e despertar são parte dos seus objectivos. Despertar para quê? Para o âmago – de mim, de ti (de nós) e de todas as coisas. Procurar, no fundo, a essência: perceber o que acontece no ser quando se procura este contacto e o que pode ser criado a partir dessa experiência.


“na terra a olhar o céu” é o primeiro de dois objectos coreográficos a serem criados no âmbito do projecto.

“A procura b tem-me levado a investir em mim de forma mais cuidada e carinhosa. Tem-me possibilitado conhecer novas pessoas e organizar novos eventos. Tem-me feito viver outras dinâmicas de relação que poderiam ser representadas
com o símbolo <------>. Tem-me deixado perceber que, apesar das diferenças, também existem semelhanças e lugares universais. Tem-me trazido diferentes encontros e tem-me revelado que cada um deles tem algo para me dar, cabendo-me a mim descobrir onde se encontra essa dádiva. Tem-me permitido dar, receber e devolver.

Sorrio com o percurso realizado.
Identifico no mapa o país b e admiro como tem vindo a criar a sua própria geografia.

Este projecto é
sobre todos aqueles que comigo
arriscaram aventurar-se
e acreditar numa ideia –
uma ideia que se calhar não serve para coisa nenhuma
mas que nos move.”


Teresa Prima


Agradeço a todos aqueles que procuraram comigo.
Dedico o Projecto B ao Sri Aurobindo e à The Mother.


@Isabel Costa

Ficha Artística

Autoria e interpretação – Teresa Prima
Colaborador artístico – António Lago
Desenho de luz – Diana Pimenta
Assistência de ensaios – Isabel Costa
Assistência de produção - Olga Almeida
Figurinos – Manuela Ferraz
Design: José Pelicano
Gestao de Projecto- PI- Produções Independentes

Agradecimentos: Paulo Duarte sj, Maria Lemos, Serafim Prima, Arte e Simplicidade, Rui
Rodrigues, Eurobotânica e a todos os convidados do Ciclo de Conversas com pessoas sentadas em círculo.

Colaborações: Adishakti Laboratory of Performing Arts, Teatro Maria Matos, D´Space

Projecto financiado por - Ministério da Cultura/ Direcção Geral da Artes (2010)

Co-Produção- Núcleo de Experimentação Coreográfica, Balleteatro, Centro Cultural Vila FlôrProjecto criado no âmbito do “Serviço Permanente”/NEC

quinta-feira, 13 de maio de 2010

13.05.2010 - Analises

I'A minha viagem' (1º corrido)

Estou deitada de lado... Fecho os olhos e sorrio... Dou umas gargalhadas silenciosas...
Deixo-me deitar de peito para o céu...
Fecho os olhos e respiro... Sorrio...
Olho para o lado... e abro a minha mão.
Sento-me. Levanto-me. Olho o céu e rendo-me...
Danço com os meus braços a luz que recebo...
Abro-me a ela...
Toco a minha terra...
Falamos...
Falo...
Sinto-me...
Encontro a minha terra...
Por entre montes e vales construo a minha paisagem...
Por entre montes e vales caminho...
Do topo dos montes retiro a terra e ligo-os entre si...
Abraço-a... envolvo-me...


II'Na minha planicie encontro o meu descanço' (2º corrido)


Estou aqui, ouço gaivotas lá ao longe...
Cantam para mim... Ouço-os treparem o tecto.
Fecho os olhos... o vento sopra forte... sorrio... toco o meu chão... sinto a sua vibração... o meu corpo deixa-se deitar...
Abro-me para o céu. Abro-me para ti...
Convido-te.. Sento-me... Olho o meu céu...
Levanto-me e rendo-me.
Dou-me... toco no meu chão... falo-lhe... fala-me... sinto-o... sente-me... amo-o... cura-me... danço...
Páro e deixo-me descançar...
O vento espalha a minha terra, transformando a minha paisagem em montes e vales...
Dos montes construo caminhos...
Dos montes construo planicies...
Dos montes construo outros montes...
Passeio... Na minha planicie encontro o meu descanço...

12.05.2010 - Analises

I 'A energia Universal' (sequencia 4)

Estou aqui... Estou tão bem...

O ar entra-me para o peito e sinto-me fresca...
Respiro...
Estou em paz...



Entrego-me ao céu e à terra...

Olho para a luz, sorrio...
Ela ilumina o coração...
O meu braço move-se lentamente porque a alma assim o diz...
A minha mão torna-se uma porta energética... Ela recebe da terra e dá ao corpo.
Abro o peito para o céu... Entrego-me...



Ouço a terra com as minhas mãos...
Trocamos energias...
Curamo-nos...
Entrego-me à terra...
Cuido dela e ela cuida de mim...
Abraçamo-nos... Dança-mos...
Trago a mim um pouco da sua energia.
Danço tocando nos chakras...
Revitalizo-me...
O céu fala... Escuto... Rendo-me...
coronário, cardiaco, pelxo solar, oelhos, sacro


II 'Eu, o céu, a terra' (Sequencia 3)

Deito-me de lado... A luz aquece-me... Estou tão bem... Vejo borboletas a voarem... Conecto-me com a terra. Deito-me e entrego-te o meu corpo.
Acaricio o meu chão e a minha luz. A minha mão dança e a minha alma sorri. Trago essse amor a mim. Deito-me sobre a minha terra. Abro o meu peito ao céu. Estou rendida...
Troco energias com a minha terra.
Equilibro as energias em mim...
Danço-as e o céu está lá...
Rendo-me...


III'Sou amor... Sou menina... Sou mulher... Sou plena' (Sequência 5)

Deito-me de lado...


Respiro...
Saboreio...
Deito-me com o peito para o céu...
hum...
olho a luz e recebo-a...
Sento-me...
Levanto-me...
Olho o céu e rendo-me...
A minha mão acaricia o meu rosto e o meu peito... Entrego amor ao céu... O céu entrega-me energia... distribuo-a pelo meu corpo... Entrego o meu corpo à terra... Sou um ponto de ligação... Sou uma fonte de energia...
Curo...
Curo-me...
Sou amor...
Sou menina...
Sou mulher...
Sou plena...

10.05.2010 - Analises

I Rendo-me (estabelecer ligação entre terra e céu)

Chego. Respiro. Deito-me. Deixo-me estar. Viro-me para o lado e trago os joelhos para o peito. Fico. Viro-me de barriga para baixo. Fecho os olhos. Estico os meus braços ao longo do chão...
Sabe-me bem...
Arrasto-me e páro.Viro-me para o outro lado...
Inspiro e deito-me para cima.
Levanto-me ligeiramente e deito-me de barriga para baixo. Dou o meu corpo ao chão. Viro-me de lado e apoio a cabeça na mão esquerda...
Deixo-me cair para trás e no movimento encontro um embrião.
Rendo-me ao chão...
Sento-me. Observo o ceu...
Volto a deitar-me..Trago o corpo para os joelhos. Num subir, sento-me de joelhos...
Respiro e rendo-me ao chão...
Sento-me e olho o céu...
Caio, rendo-me, subo e caio...
Rendo-me, ajoelho-me sento e caio...
Rendo-me...
Olho o ceu nos meus intervalos...


II 'De onde surge a dança...' (literalmente auscuto-me)


Toco-me. Sinto-me...
Transfiro-me energia...
Encontro as posições que melhor me fazem sentir e que melhor me fazem estar...
A minha energia comanda o meu corpo. Do meu toque surge a dança...
As minhas mãos carregam energia universal...
Amor...
O meu corpo dança porque as minhas mãos assim o dizem...
O chackra do coração vibra... Páro para respirar... Abro-me ao céu...
Sento-me para passar as mãos pelo meu corpo...
Estou carregada de amor...
O meu corpo dança...


III 'Dou, recebo, permito' (Deitada de lado + entrego-te agora algo a ti)

Deitada a observar a luz, sorrio...
Fecho os olhos...
Aos poucos o corpo fala por si...
A luz entra pelo chacra frontal, vai para o laringeo, para o cardiaco, e daí os meus braços movem-se...
O chackras básico e coronário estão alinhados...
A minha mão é o unico contacto directo que tenho e que preciso com o mundo fisico.
Quando abro os olhos estou deitada de barriga para cima mas continuo a focar a luz...
As minhas mãos são as unicas que falam e precisam de falar...
Todo o meu corpo está alinhado...
Ajoelho-me. Encontro-me de mãos abertas para o meu Universo... o nosso...
Recolho essa energia que me alimenta. Do coração dou e para o coração recebo... Os braços falam...
O corpo começa a ganhar vontade propria.
Estou aqui... Aberta... receptiva...

07.05.2010 - Analises

I 'Kenyoku'

Coloco-me no centro.
Abro-me ao espaço.
Dou-me ao espaço.
Danço nessa minha abertura.
Observo e dou-me a observar.
Agradeço o meu espaço.
Danço no chão que me faz sentir livre.
Espero... Sento-me... e recebo-o...
Os meus braços ficam tomados pelo coração...
Aos poucos tudo vai entrando em mim... Abro-me para ter espaço... Recolho amor...
Distribuo-o por todos os meus membros.
Dos meus sacos, solto a terra em cinco diagonais... o espaço transforma-se em montes e vales...
Cá de trás atiro cinco pedrinhas para lá...
Caminho por entre eles... uno com terra os montes... para que haja caminhos entre eles...
Sento-me nos seus intervalos... Entrego o meu corpo a esta terra-mãe... Lavo-me com ela...
Caminho de olhos fechados sobre ela... Procuro a terra para me orientar...
Fico em paz quando a encontro...

II'Sou mãe, amor, vida...'

Sento-me de joelhos.
Olho a luz...
Olho em frente...
Olho com amor...
Pouso as mãos no chão..
Sinto-o, olho-as, uso-as para me esticar...
Deitada em embrião sabe-me bem mover os braços à minha volta sempre em contacto com o chão.
As minhas mãos como ponto de apoio.
Volto a ajoelhar-me para meditar...
Pego num saco e decido despejar a terra toda num monte.
Pego num segundo e despejo em cima do primeiro.
Pego num terçeiro e despejo em cima do primeiro e do segundo...
Pego num quarto, num quinto, e despejo o quinto em cima do primeiro, segundo e terçeiro.
Pego no quarto e delicadamente despejo à volta do primeiro, segundo, terçeiro e quinto.
Volto a colocar os sacos no seu lugar...
Arregaço as calças, preparo-me e enfio o meu pé e perna direita mesmo no centro alto do monte. Enfio logo de seguida a esquerda, mexo os meus dedinhos dos pés e um pouco das articulações que me dão prazer no saborear deste monte de terra humida...
Aos poucos vai ficando uma cratera, que o meu corpo mole constroi...
Expando o monte para vários montes e depois para uma planicie... A minha cama... … …
Acordo. Ajoelho-me no centro e cubro-me de terra...
Eu sou uma extensão da terra...
Terra que desapareçe por entre as pernas quando as abro...
Mãe que gera...
Dadora de vida, porque é vida...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

05.05.2010 - Analises

I Transparência

A luz aquece o meu corpo.
Dou-lhe o meu peito...
Preencho a area de luz, e dou-lhe as minhas costas.
Gosto de a sentir no meu ventre... Na planta e nos dedos dos pés... O meu braço esquerdo...
Aponto a luz para lá... Caminho em direcção aos sacos.
A meio páro.
Rodo o meu corpo a pisar o chão com as minhas mãos.
Tiro uns cabelos colados a elas e abro-me.
Brinco com os meus ombros... quero que o meu coração comande o meu corpo...
Páro...
digo que não...
Acho que estou cansada...
O meu corpo está a precisar de se sentir vibrante e leve.
Uso a força e a repetição para ele se libertar...

Doi-me o coração...
Sinto-me desconfortável...
Choro...
Era mesmo isto...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

12.03.2010 - Analises

Onde está a Beleza?

Deito-me em embrião.
Concentro-me na pergunta.
Vou encontrando a posição que me faz sentir confortável.
A respiração está presente para me equilibrar.
O toque em mim, envolve-me.
Espero. Paciente. Procuro. Brinco.

Impaciente.

Encontro o balde...

A luz entra... sorrio... Procuro... Brinco...
Estou tonta.
Fecho os olhos... Paro... Abro... Caio...

Na espera encontro a dança.
Olho para mim... Estou bem. Massajo-me... Aperto-me... Moldo-me... sinto-me... Espero...
Um pássaro ao longe canta.
Escuto...
Deito-me... fecho os olhos e algo vem...

Acordo. Não procuro... vejo algo.
Volto ao inicio com algo mais...
Paro...


Reúno condições para encontrar o meu estado de Beleza


Organizo o meu espaço.
Na organização encontro o estado.

Cada circulo, um nível... um passo, cada fôlego...

Gotas de água... Universo... "Eu", recebo...

terça-feira, 4 de maio de 2010

03.05.2010 - Analises

I'Sinto-me'

Deito-me com uma almofada de terra. Olho para cima.
Sento-me e continuo a abservar. Sorrio.
Coloco um novo saco de areia e fico melhor sentada.
Embalo-me e sorrio.
Sinto-me cada vez mais feliz.
Trago um 3º saco. Sento-me de joelhos em cima deles. Tenho que me equilibrar.
Ponho-me de pé.
Estou mais perto.
Olho para cima para baixo, para a esquerda e para a direita. Cada vez mais rápido. Cócoras... e espero por mim...
Vou para o chão... olho para os meus sacos e rasgo-os... desenho uma linha de montes de terra em diagonal.
Deito-me sobre ela e caminho... arrasto-me. Sabe-me bem o suave, o humido e o quente dela.
Pego no 3º saco e deixo a terra cair na mesma linha.
Caminho sobre ela.
É uma nuvem!
Esvaszio o 2º.
A terra é minha mãe.
Abraça-me e eu gosto de a sentir.
Dá-me paz.


II 'Permito-me'

Caminho lentamente em direcção.
Páro, olho para cima e rendo-me.
O meu corpo sobe... Vou até lá.... tento... Não chego, fecho-me...
Ergo-me, e numa inspiração, permito-me reciclar.
Conecto-me com a terra. Ela fala-me. Ela move-me.
O som do meu corpo a deslizar no chão é a minha musica.
Dada ao meu chão, liberto-me e conecto-me com a 'Mãe'
Entrego-me ao ar... Abraço e sinto-me.
Dou e recebo.
Falo. Comunico. Respiro.

A musica entrou e violou-me...
Parou.me... Deixou de ser necessário o meu movimento.
O movimento tornou-se mais duro.
Parei porque quis encontrar-me novamente. Espero que a musica pare...
Voltei a fechar-me. Decido levantar-me, limpar-me e começar de novo.
Tápo os ouvidos. Não quero ouvir mais... A musica desaparece aos poucos...


III'me... a terra que nasci...'

Hum que bom...
Que bem que me sabe a luz... faz-me querer mover... quero estar a vê-la a toda a hora...
Abro o meu corpo.
Brinco e rodopio.
Olho o espelho. Quero ver mas recuo.
Encontro os meus sacos. Sei que estiveram lá o tempo todo.
Tocar-me, arranjar-me, sabe-me tão bem...
Sem querer estou a dançar, porque o meu coração dança... sinto-me bem... sei-me bem... Sinto-me saborosa.
Gosto-me. Quero sentir-me... cada vez mais...
Páro e respiro... Sorrio! Sorrio?
Movo-me... Esfregome... Páro... estou bem... estou com amor... abro os braços, abraço-me...
Eu tenho amor. Olha, olha, olha, vê!!!
Traço o meu caminho. Deixo rasto no meu caminho. Fecho os olhos e caminho...
Nasci desta terra.
O meu espaço está preenchido com terra, para que a minha presença nunca morra.
Ao meu lado está um anjo...