terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Dois testemunhos sobre o Projecto B

A Beleza, um caminho do sensível

Todos já tivemos momentos em que fomos tocados pela Beleza. Todos já sentimos em algum momento o que trouxe às nossas vidas (alegria, vitalidade, inspiração, esperança, ligação, amor, ...)

O fantástico de quando me iniciei no Projecto B, foi abrir-me à possibilidade de vivenciar estes momentos a cada passo do caminho, a cada inspiração e expiração. Deixou de ser algo que acontecia na minha vida arbitrariamente, quase como um golpe de sorte, para ser algo que estava sempre presente (pelo menos como potencialidade), porque eu aspirava a que a Beleza fosse o meu estado interior, porque a procurava.
Fantástico também, foi descobrir como se pode encontrar a Beleza em TUDO.

Apesar de sempre ter percorrido caminhos do sensível, no meu interior, ao conhecer a Teresa e o Projecto B, percebi que esta podia ser uma forma de estar no mundo, quase uma "filosofia de vida", na vida e na arte. O meu lado sensível sentiu-se acarinhado, acompanhado e estimulado; isto fez-me sentir como é importante levar este projecto às pessoas, pois muitas provavelmente também se sentirão assim.
Pude constatar este facto nos ateliês que fui acompanhando, tanto adultos como crianças ficavam comovidos com a procura da Beleza. Para alguns foi certamente reforçar a forma como já viam o mundo, e para outros, quem sabe, foi como fazer uma pausa na agitação mental e emocional que vivem e que os bloqueia, para abrir espaço a um outro estado que lhes permite comover-se com a simplicidade, dedicar algum do seu tempo à contemplação e a estar consigo mesmos numa relação próxima com tudo o que existe. Ou seja, o essencial para sermos seres felizes e conscientes.

Obrigada Teresa, e muita coragem para continuares a inspirar-nos a todos e a fazer deste mundo um mundo mais belo.

Teresa Santos


Beleza. O caminho mais fácil seria buscar a definição num dicionário: encontrar autores, pensamentos, à volta desta realidade tão densa quanto simples. Não descarto a possibilidade de um artigo mais científico ou académico sobre o tema, mas o Projecto B levou-me a outro lado da Beleza: a Vida.
Tão simples e tão denso. “Des-cobrir” os esquemas mentais, deixar-me chegar ao coração, dentro da tal simplicidade que leva em si o denso, e permite a possibilidade de novos movimentos e conhecimentos... e assim abrir a porta que leva ao Encontro. Uma das coisas que nos caracteriza enquanto humanos é a nossa capacidade de captar a beleza da realidade: na arte, nos sonhos, nas palavras, nos movimentos que me levam a criar(-me) de forma continuada, abraçando a história de que somos compostos, apontando para novos horizontes, curiosamente a partir de uma escuta atenta do “aqui e agora”.
No silêncio profundo, aquele que conecta com a mais íntima realidade de ser, é possível outro diálogo: o que parecia ser desde sempre, torna-se novo. A beleza como entrada numa nova forma de ver. O que parecia estanque, fechado, quase sem sentido, ganha dinamismo, dá-se a renovação dos acontecimentos que sempre pareceram tão iguais, tão mais do mesmo.
Tudo traduzível na troca de experiências a estabelecer entre as várias dimensões de nós, humanos, ao nível exterior e interior. A beleza do encontro através do encontro com a beleza por quem está disposto a viver a reciprocidade do dar e do receber. E, assim, deixar que a conversão aconteça, permitindo o espaço de universalidade, através da compreensão, do respeito, da integração da relação geradora de vida.
Tudo passa inevitavelmente pelo entender do que está para além do meu rápido ver ou escutar, do que está para além da superficialidade do momento, do que está para além do meu gosto ou desgosto desta ou daquela pessoa. Pode-se dizer: conhecer para aprofundar um mais que se esconde no imediato, sem pensamento ou reflexão. Depois, mais que o conhecimento, entraremos na sabedoria que conjuga a plenitude do viver. O convite ao saber viver.
A sabedoria da vida: promove a abertura ao Outro. Saio da minha casa, entro na cidade, que me aponta o país, levando-me ao planeta e daí entro no Todo. Dá-se a consciência, a revelação, o êxtase clarificador da pequenez que nos torna grandes diante do olhar Divino.
E assim sou chamado a promover a beleza do encontro e sentir a certeza de somos criados não para uma uniformidade mas para uma união de corações, mais ampla que as diferenças. Nesses passos, o Infinito descobre-se e a Beleza surge em toda a Sua plenitude, revelando a densidade presente em tudo o que é verdadeiramente simples.

Paulo Duarte, sj.

sábado, 13 de agosto de 2011

Sobre entre

Entre

O caminho faz-se nos entres. Num entre um espaço conhecido e a novidade por desvendar, o que nos surpreende e nos leva a uma nova realidade ou perspectiva.

Tudo começa em trajectórias anteriormente vistas, reconhecidas, uma simplicidade quiçá não surpreendente. Mas a corda vai-se desenrolando e abre um novo espaço. O da relação. Após um estranhamento inicial, a curiosidade, o conhecer-se, surge a confiança da relação. O encostar-se no ombro do outro. O sorriso não forçado. Estranheza? Autenticidade. E é isso que nos vai prendendo.

O apoio. O abandono no outro. A abertura. O estou aqui. A confiança que permite a partilha, o revelar verdades subterrâneas, o descarregar fardos ou sombras, a intimidade que permite a passagem e a transformação.

E o bom que é tudo não acabar aí. Em tempos de transmutação e sucumbires de mudanças e nascimentos que se querem fazer, muitas vezes o trabalho consiste em apoiar as contracções e o abandono do velho. O que por si já é imenso. Mas o que dizer quando se chega ao puro, à essência, ao novo, à beleza? Como vivê-la? Quem é ela e o que ela diz?

Dos entres surge a surpresa. A revelação não acaba onde tudo normalmente acaba. Há a entrega total de olhos fechados, do mundo introspectivo revelado de dentro para fora, o que nos faz mergulhar noutros mundos. No Presente. Na Presença. E é então que se cria algo de novo.

Algo novo que é partilhado. Que cresce. Nas presenças que o são e o vivem e o mostram nuns olhos acesos e numas mãos que oferecem.

O entre da dança e dos corpos torna-se um espaço experiencial, uma oferenda de ser, um ritual de imersão na possibilidade de vida.

Maria João Soares

quarta-feira, 13 de julho de 2011

quarta-feira, 30 de março de 2011

"entre todas as coisas"

Créditos: João Pádua

Imagens de actividades realizadas no âmbito do Projecto B

Sessão aberta do Laboratório B, créditos Marta Maciel


Atelier de Dança Criativa "Onde se esconde a beleza?" para famílias,Créditos Teresa S

mais imagens de outras actividades

Atelier de Dança Criativa "Onde se esconde a beleza?", créditos Teresa Prima


4º Atelier de Pesquisa Coreográfica- Projecto B, créditos Teresa Santos

"na terra a olhar o céu", créditos João Pádua

domingo, 13 de março de 2011

"Entre todas as coisas" estreia no GUI DANCE


E outro evento a "descobrir" é também a Sessão Aberta do Laboratório B, sábado dia 19 pelas 15h no Pequeno Auditório do CCVF. Inscrevam-se!

Mais informação:
http://www.ccvf.pt/index.php

domingo, 23 de janeiro de 2011

Small Pleasures


Apesar do silêncio por estes lados, sigo convosco em busca da B!
Acho que vão gostar deste pequeno filme...

Com um sorriso!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Sessão de filosofia crítica no âmbito do Projecto B

Teve lugar no passado domingo no Centro Cultural Vila Flor, uma sessão de filosofia crítica orientada pelo formador Tomás Magalhães Carneiro, no âmbito do Projecto B.

Partilhamos!

http://filosofiacritica.wordpress.com/2011/01/10/o-que-e-a-beleza/

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Em busca de equilíbrio

Faço o que preciso para estar bem. Ajudo o outro a estar no lugar que precisa. Observo para perceber quando a minha intersecção ajuda ao equilíbrio ou provoca desequilíbrio. Busco aquele momento de suspensão, de perfeito equilíbrio, pausa e silêncio, que antecede a queda. Coloco os ombros para trás para abrir o peito e centrar nele o meu equilíbrio, a minha verticalidade. A Teresa parece encontrar pontos de desequilíbrio em si, e com os punhos fechados enche-se de força para recuperá-los. Ao tremer, reconheço o meu poder e exteriorizo-o. Desenho linhas no chão com as mãos esticadas, e são estas linhas que me guiam e sustentam. Ao buscar o meu equilíbrio através da busca da Isabel, nasce em mim um ritmo que cresce até repousar no peito e nos centrar e acalmar.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Wellcoming 2011


"I would like us to make the resolution to raise ourselves each day, in all sincerity and goodwill, in a ardent aspiration towards the Sun of Truth, towards the Supreme Light, the source and intellectual life of the universe, so that it may pervade us entirely and illumine with its great brilliance our minds and hearts, all our thoughts and actions. "
The Mother