terça-feira, 31 de março de 2009
Curso de Lu Jong
Fiz um curso de Lu Jong com o Lama Lobsang, ainda que não tão intensivo, e na minha opinião vale a pena.
domingo, 29 de março de 2009
Mini projectos B
Gostei muito deste exercício, ficamos na revelação daquilo que elegemos e a minha pergunta é: e como seguiriam a partir daí? Pensem amanhã reunimos.
Observações do corpo quando este se "rende"
O que outros de vocês acham que acontece ao corpo: fixa-se e resiste no que encontra, joga com o que observa, leva ao limite, cede gradulamente á gravidade, muda de espaço com o olhar,transmite uma sensação de equilibrio, brinca com o peso, interioriza o espaço, cria surpresa pela espontaneidade, não está com rodeios.
Nos momentos em que o corpo se rende a cena dilata-se e o espectador penetra.
sábado, 28 de março de 2009
Esboço de Projecto B
Partindo de:
- "De que é que este corpo precisa?"
- "E se este(s) corpo(s) fosse(m) uma extensão do meu?"
- "O meu corpo precisa disto."
Um exercício em que nos vamos interconstruindo, trazendo para o exercício:
- material autobiográfico
- pessoas autobiográficas
- e o momento em que as autobiografias dos participantes se encontram.
Careço de:
- co-autor(es); total de 3 participantes.
- espaço, tempo e A.I.P. a combinar...
De que forma o aquecimento influencia tudo o resto?
Na medida em que o meu corpo aqueceu por si sem estimulo de outros. Mas comunicou… Não ficou só… ele começou por se auto-analisar e a resolver as partes problemáticas. Quando outra pessoa surge é-lhe dado o que necessita. Começou por si e acabou por si.
E se o meu corpo encontra beleza quando se rende?'
Teresa
Quando se rende…
O seu corpo ganha uma forma verdadeira. Torna-se belo por ser sincero. Existe um encontro com o que pode ser a beleza.
A cena ganha leveza.
Filipe
Quando se rende…
O seu corpo procura por algo. Mentalmente existe um processo a acontecer… E é tão belo vê-lo a acontecer. Será belo o caminho a percorrer ou será belo quando se encontra a beleza?
A cena tem sempre uma questão no ar… ‘E se?’
Isabel
Porque é que sinto que não me rendi? O que faltou render? Poderá ser algo tão interno que quando detectado exista uma ruptura? Será que a beleza está nessa ruptura? Sentir o corpo rendido? Sentir-me rendida?
Procurei… -não fui sincera com o meu corpo. Tive pena, mas não sei onde está o bloqueio.
Ao mesmo tempo senti que nasceram em mim questões, em vez de certezas… o que foi bom.
António
Quando se rende…
No seu corpo existe uma procura por respostas… Agora pergunto… Será por aqui? Será que devemos procurar? Ou será que devemos deixar acontecer?
Paulo
Quando se rende…
O seu corpo pára… mas o seu olhar está activo! Procura! Como que: ‘Rendi-me e agora? Onde estás?’
Micaela
Quando se rende…
O seu corpo aguenta-se, aceitando o esforço e desconfortável o tempo todo. Poderia ser bem mais tempo… porque sabia que no final iria sentir e encontrar algo.
O que ficou?
Render não é desistir.
Dar para receber.
Quando se permanece, é porque há beleza; Quando me deixo progredir no espaço sem pré-conceito, é porque há beleza.
O que precisam as minhas partes do corpo?
Á medida que se evolui no exercício cada parte do corpo focada vai-se tornando cada vez mais leve!
Quando o Paulo referiu o coração, a primeira imagem que tive foi, os meus pulmões e entre eles o meu coração suspenso por um fio.
A sensação foi de um vazio tão grande que as lágrimas escorreram-me.
Depois de me confrontar com esta imagem, decidi resolvê-la e mentalmente coloquei as minhas mãos delicadamente por baixo do coração.
As minhas mãos aqueceram-no e soube tão bem… Quis sorrir.
Embora tivesse o meu coração seguro por mim, soube que não eram as minhas mãos que o satisfaziam. Foi o que ficou pendente…
Onde estou eu agora? Para onde quero ir?
Aqui fecho os olhos… sinto e absorvo… sinto e absorvo tudo o que me rodeia…
Estou á espera do meu motivo.
Estou no cimo do monte á espera do motivo para me entregar ao precipício.
Quero ir lá para baixo… para o fim do precipício.
Sei que lá em baixo estará o que procuro. Sei que é lá…
Porém quero também gozar a queda… Quero sentir essa viagem… Não tenho pressa de lá chegar…
quinta-feira, 26 de março de 2009
Vou ter de abandonar esta busca... por enquanto!
Decidi que não vale a pena manter-me no Projecto tendo de faltar tantas vezes: descontinuei o trabalho, e apesar de poder ir na próxima semana sinto que já perdi o fio, e terei de faltar mais vezes... O meu Ensemble tem sido (felizmente!) mais requisitado do que o esperado, e precisamos dos serões para ensaios extra.
Por isso mantenho-me em contacto mas suspendo a minha busca.
Que a Beleza vos invada cada vez mais, e que a possam transportar convosco sempre!
Mil beijinhos afinados, e caso precisem de alguma coisa, berrem!! :)
quarta-feira, 25 de março de 2009
Ao render, o corpo...
Filipe
Ao render-se abre-se o peito. O corpo expande e respira.
Isabel
Ao render-se, o corpo cresce, imobiliza e gera impulsos provocando momentos de tensão e relaxamento.
António
O render na abertura do corpo e do olhar para cima.
Paulo
O corpo rende-se entregando-se à corrida.
Micaela
Ao render-se, o corpo deixa-se ir até aos seus limites. Gradualmente cede à gravidade. Encontra o seu render neste desafio provocado pelo equilíbrio/desequilíbrio. Vê-se aceitação no olhar.
Render: é aceitar, é estar bem, é permanecer (ou não), não é necessariamente desistir, há uma maior presença, não é perda mas antes ganho, também é perda: perda de apego, expectativas, controle.
De que falamos quando falamos de "Rendição"?
"Render não é desistir. Render é aceitar, não impor."
Quero saber mais sobre isto.
As vosas notas sobre o meu corpo quando se rende.
Já cá está. É imediato. Já cá estás e a fluir. (A beleza) Vem se não resistes nem à situação nem ao lugar, se permaneces nele, se progrides nesse lugar, não achando que é estanque ou se não pensas que já o conheces ou que te conheces dentro dele.
Fixas-te e jogas com o que observas. Resistes e manténs-te. Aí adquires jogo, drama e contexto. Levas ao limite o equilíbio, a permanência, mas cedes gradualmente à gravidade a tensão do teu corpo. Deslocas-te através do olhar e fixas-te no que encontras. Acumulas, aguentas e aceitas o esforço e o desconforto.
Dá-me a sensação de que quando abandonares isso é que vais encontrar.
(Pessoas: isto é lindo. Parece que me conhecem desde sempre! Obrigada ;))
Observações anatómicas sobre o vosso corpo quando se rende.
Primeiro quebra o corpo pela cintura. Os movimentos são suaves e ondulantes. Pouco músculo. Mais ossos do que músculos. As articulações muito suaves. (Ela mudou.)
Filipe
Está sentado no chão. Movimentos ondulatórios da coluna, impulso no peito para a frente, impulso entre os omoplatas para trás (prazer). Depois abre os os braços e deixa-se cair no chão, com uma grande expiração em "Ah!".
Francisca
Andando em círculos no chão, em cima do mesmo ponto, quebra/ rende o corpo em fade in pela cintura pélvica e escapular. Ambas para a frente. (não é a Francisca=Brisa, é outra).
António
Primeiro quebra pelos ossos da bacia, depois quebram os joelhos. Sempre mais ossos do que músculo e articulações suaves. (Encosta-se à parede para fazer amor, mas também pode ser para ser fuzilado.)
Paulo
Tenta quebrar também pela bacia, mas o movimento fica empancado, porque os joelhos não cedem e ele não cai como gostaria. Então começa a correr, a correr, até que pára de repente. Apoiado na parede, parado a olhar para cima, cai de repente quebrado pela cintura (Fica quieto a contemplar o Universo e cai fulminado, penso).
Eu
O meu corpo não se rende. As coxas aguentam o peso. A metade inferior do corpo não cede à gravidade, mas os braços levantam-se no ar.
segunda-feira, 23 de março de 2009
E Se o Meu Corpo Encontra Beleza Quando Se Rende
Do outro
No que vejo.
Faço não sei o que
Que é isso?
Que...
Pronto
È o que já está.
È Isto.
Está aqui.
Mas algo se mexe e se desloca e se foi.
Vejo esse ser que é.
Sem saber já de novo,
Sobre o novo ser que
já está.
E Se Eu Resperar Beleza A Todo O Instante
Procuro este Ar todo maravilhoso
E encontro
E procuro
E sinto
E encontro
- ah.....Que maravilhoso...
Francisca
Em suspensão
Ergo- me
E plano sobre
Este chão
Folhas mortas.
Ondas e Vagas
Que docemente me levam
- ha....Então é Isto.
Mais uma vez...
E cá estou Eu em suspensão...
Este tecto desloca-me
Em expirais pelo Ar
Num leve torvilhao
Teresa
Solto todo este ar
Pelo ar que gira e se arrasta.
Paz e Calma.
Deixa pousar que isto já nasce...
Tenho de ir
Não quero ver.
E agora...
Já estou lá. Será Isto?
È ali.
O meu Corpo que tem o prazer de Dançar.
Micaela
Este sorriso,
Vou me deixar levar.
Zaz, Tráz, Paz.
Pausa.
- Que ódio!
Todas estas macacadas!
Suspendo me
Largo me
E Tudo Brilha e Salta
Olha...Parece que todas estas posições e imagens,
Mensagens e Coisas.
Ai porra para isto.
Angustia.
Vou aguentar esta Tristeza
Que me bate e me corta o coração
- Vai...Vai lá passear
E dar uma volta
Ana
Caminho sufocada
Com esta Àrea
que se afogou
( Será a M. Baterfly? Ou será Outra)
Quem é Ela?
domingo, 22 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
Vão Ver!
Ultima apresentação domingo ás 22 horas.
Reservem lugar - Lupa :910902525
sexta-feira, 20 de março de 2009
A minha respiraçao influencia o meu movimento
Para me encontrar.
Depois deixar...
Andar assim, Dançar assado...cozido...guisado,
E encontrei uma uniao do corpo em relaçao á respiraçao.
E entao nasceu a imagem,
Por vezes, de um homem,
Muito pequenino
Só, e cansado
Que se arrasta
Pelo mundo
Em plena existencia
Para consigo
Os Dramaticulos de Becket
Outras vezes
Tornava me alto
Esguio
Esbelto
E segui-a luminoso
Cheio de si
E caminhava numa extensa
Linha recta.
Para onde vou... (em poucas palavras)
Para um tempo de rápidas transformações e grandes descargas energéticas.
Para um tempo de curar e harmonizar.
E se o meu corpo encontra Beleza quando se rende?
Rendo-me ao vazio. Encontro o vazio nos meus gestos. Rendo-me ao movimento do outro. Rendo-me à aceitação daquilo que sou. Rendo-me ao fluxo daquilo que somos juntos.
Gravitamos. Planamos.
Quando me rendo o meu corpo segue esta vontade estrangeira.
Eu como o observador que se deixa envolver e deleitar neste jogo.
Experiência (segundo grupo)
Vontade de me render . Rendem os músculos, os órgãos, o esqueleto, a mente e a pele. Rendo-me à presença imposta pelo outro. Não sei de que outra forma me render que não a ausência de movimento. Mas hoje estou eléctrica e talvez esta mesma electricidade atraia os outros e o seu movimento que manipula o meu movimento.
Sinto-me invadida pelo render do outro e violentada pela sua forma de estar. Rendo-me à minha emoção. Cruzo os braços e fico. Tremo, não consigo parar, e os olhos enchem-se de lágrimas.
Hoje em mim não cabe o infinito.
(Só mais tarde encontrei a Beleza neste momento)
O meu corpo precisa disto...
Tem necessidade de soltar, respirar fundo, rir.
O meu corpo sente falta de viver naquele ponto suspenso no tempo e no espaço onde não actua a gravidade. Hoje não tem vontade de se entregar ao chão.
Precisa de se activar com movimentos e sons.
Também precisa de cor e de se deixar ser levado por quem quiser e se quiser.
Será que precisa de tudo isto só hoje ou sempre, até nos dias em que estou mais esquecida dele?
Através do corpo, escutando a sua sabedoria e cuidando-o, descubro, afinal, o que sou.
quinta-feira, 19 de março de 2009
Sessão 18-03
O meu corpo precisa de atenção, e amor, e carinho. O meu corpo precisa de atenção.
O meu corpo precisa de fruição e desejo.
O meu corpo fala e eu quero ouvir.
O meu corpo sou eu e não o posso destruir.
O meu corpo ama-me. O meu corpo quer-me.
Eu aceito o momento.
Eu aceito o desvio.
NÃO HÁ RESPOSTAS CERTAS.
E se o meu corpo encontra beleza quando se rende?
esvoaçar.
o meu corpo rendeu-se ao playground. brincou, jogou, mas não se fez corpo. o meu corpo não se ouviu silêncio, não se fez todo, não Existiu. brinquei com o meu corpo.
se o meu corpo se render voa, queima-se e cresce.
se o meu corpo se render parte-se em dois pela linha mediana do peito. racha-se a cabeça, separam-se as coxas.
se o meu corpo se render perde o peso. brilha. é pó de estrelas...
o meu corpo rege-se por princípios a conhecer.
os pés respiram.
Notas da conversa final com o Joclécio:
- consentimento
- sedução!
- respeito!
- intrusão
- perceber onde o outro está
Os convidados surpresa também falam...
Achei muito interessante a maneiro como vocês se achegam à coisa; isto de tudos "entrarem" nos seus corpos através duma espécie de aquecimento mais mental do que físico e depois deixarem-se levar no movimento pelo corpo. Pessoalmente já conhecia esta forma de sentir o meu corpo pela práctica de Yoga. Mas esta vez prestei ainda mais atenção e percebi os meus problemas pessoais que não ocorriam na práctica, mas ocorrem quando mexer-se durante mais tempo e por um espaço maior; tal como por exemplo que domino a coisa bastante bem referido aos braços, a cabeça e o torso e tive dificuldades enormes com as pernas. Também percebi que a coisa que no início achei muito fácil, ou seja deixar o corpo guiar, ficava muito mais difícil quando tentar por um lado deixar o corpo guiar mas por outro pensar no objectivo (como por exemplo "Onde é que eu estou agora?"). Senti que me deixei ir e por todo este gosto de deixar o meu corpo fazer e pela fascinação por isso perdi o objectivo da tarefa. Acho que preciso mais concentração e fazer isso mais vezes para o conseguir duma forma adequada. O que me sorprendeu de verdade foi que a partir do primeiro momento tinha percebido o que era o objectivo e a maneira de trabalhar do atelier e senti-me muito à vontade por isso, também por ser recebida muito amavelmente por todos vocês. Obrigada.
Este nao é o Paulo, este nao é o filipe, é o outro que nao sei o nome, desculpa
E se?...Nada
Vou- me consentrar
Cabeça, pestanejar
O meu corpo, as suas tensoes
Em direcçao ao Pescoço,
Encontro o Cabelo...Como ele é.
As Maos...os Braços...
A afastarem-se...os Dedos...Tensao...Desconforto...
Liberto...
Este espaço que se extende...
Para traz...
Para ali...
Contorcido...
Desenrolo-me
As Maos...Em direcçao á cabeça...
O Cotovelo sobre a Mao...
A cabeça que rola para o interior deste triangulo, desfaz- se.
Abro-me num cristo...Peso.
Descem os braços...Sobre a cintura...
O calcanhar vai se alongar...E fechar...
Os meus braços fazem duas linhas que se alongam.
Esta gaja...Aqui que se RI...
Faz me Rir.
De braços abertos
Agora já vejo...
O meu corpo, as minhas calças, os pés.
O que é isto no chao?
Vou-me virar.
A Barriga...A camisola...Estica.
O meu Peso...E caio.
terça-feira, 17 de março de 2009
Onde estou, onde estarei.
Ontem chegámos à nossa zona de perigo. A partir daqui podemos definir-nos melhor. Depois da pergunta da Teresa eu pensei:
O sítio onde eu estou: Representar, significar, fazer pose, ser engraçadinha e saltitante; resignar-me a uma ideia de beleza inalcansável. Desistir facilmente porque acredito no irrepresentável. O Lyotard tem, na tradução inglesa d' "A Condição Pós-Moderna", a palavra "umpresentable". Eu gosto muito desta palavra. Não sei se existe em português, mas significa algo como "o que não se pode tornar presente". Então eu desconfio que no fundo eu penso que a "verdadeira" beleza é impossível e por isso baixo facilmente os braços antes de tentar "presentificar". Estou sempre longe, portanto.
O sítio para onde eu quero ir: Quero primeiro esforçar-me para tentar tornar essa beleza presente. Quero também estar mais centrada no meu próprio eixo, sem perder a minha conexão fácil aos outros. Quero esquecer-me a 80% da existência da audiência e recuperar um pouco da minha 4ª parede e do meu umbigo :). Em relação à ideia do "outro", quero ficar apenas com o indispensável e não com a totalidade. Não quero perder-me tão completamente na tua existência, porque não quero perder-me tão completamente. Em vez de "representar", eu quero cada vez mais "estar". Quero estar presente e não ser "unpresentable". Não quero viver mais por "lá". Antes quero viver "aqui". (Na verdade viver por lá não é bem viver. É mais uma estado de zombie).
Antes de entrar na sessão jurei ir por aqui, mas depois não fiz nada disto e repeti todos os meus vícos...
Em inglês diz-se "fall from grace". Gosto muito da ideia de "graça". Também gosto da ideia de "queda". Ambas são de uma utilidade extrema. O segredo de estarmos em estado de graça é, tanto quanto sei, estarmos agradecidos (Não me importava nada de um comentário teosófico sobre isto). O segredo de cair é abrir os braços e deixar que a corrente nos leve a uma praia nova (mas, como sabem, confiar na corrente às vezes é difícil).
Continuo a não querer esforçar-me demasiado, prefiro estar grata pelas minhas perguntas e pelo caminho percorrido. Vou continuar a dar todo o conforto ao meu corpo (Ele bem merece por andar com os meus tigres lá dentro). Além de escutar, quero baixar os meus níveis de ansiedade. Acho que se eu fizer isto, o resto é consequência do meu sincero desejo. (Também gosto desta palavra "desejo". Ultimamente tenho aprendido a lidar melhor com ela.)
Sobretudo eu quero trazer a beleza para aqui. Estou farta da beleza que fica para ali e que eu vejo, mas nunca me chega às mãos. Agora estou aqui. Aqui. Aqui. A ver se ela vem, a ver se a cativo (mais uma palavra bonita). Se o meu coração me foge para onde encontra a beleza, será que a beleza foge para o meu coração (se nele encontrar um terreno propício)? Serenar.
Só mais isto: "Nem tudo o que é bonito é belo." (Paulo)
domingo, 15 de março de 2009
E se eu estiver a respirar beleza a todo o instante?
Solo Francisca: a cair, a cair, a ler o chão e os átomos e o universo todo e mais, a ser tocada pela linha, pela latitude, pela órbita e pelo teu gesto.
Solo Teresa: a minha frente é o teu chão, e se a minha beleza for maior que a tua fico eu!
Solo Micaela: húmido e sol, sol e partido, sol e sempre o mesmo, partido, se me ouvires consegues e sentes que não é só para baixo e também para os lados. Raiar as lágrimas é algo de que não devíamos envergonhar-nos, mas acabamos sempre por rasgar a folha.
Solo António: é a mola e a balança, sem deixar de ser a santa da roupa que me incomoda, e se não tentar não há palavras que querem sair sem eu as deixar, há dias em que o movimento podia ter beleza, e não é que não me lembre disto quando começo, mas porra pá!, podia estar bem mais à vontade e ter mais deixas, ou podia ser que o silêncio fizesse ruído, e então era lá, no horizonte, e não, poça!
Solo Filipe: acho que não perco nada se me perder nela. Se me afogar acho que não perdes nada. Já lá estás, é para ti que vou e é contigo que me alinhavo, é com o gozo deste negro que afunda na água.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Proposta para os performers da Beleza
Depois deste passo respondam ainda a uma segunda questão: Para onde é que eu quero ir?
As respostas devem surgir da vossa geografia interior, apliquem nelas o trabalho que temos vindo a desenvolver, de escuta e respeito pelo vosso ser/corpo.
A Beleza fica por ali... já dizia a Micaela.
notas sobre respirar B
Francisca - Plano, pleno. Este ponto aqui sou eu, a caminho daquele lugar que sempre estive á procura.
Teresa - Ofereço esta linha que começa no centro do meu corpo
Micaela - Cocegas das patinhas do gato. Risinhos que vêm dos sonhos em que sou muito maior do que esta que veem aqui. Tento e tento muitas vezes. Obrigado por verem quem relamente sou.
António - E se... e se... ah já cá canta! Dá cá a partitura de música japonesa para eu cantar enquanto faço o pino. Respiro palavras ao mesmo tempo que pratico yoga. Hoje estou distraído e ai disfarço disfarço... talvez a disfarçar encontre alguma coisa.
Ana - As minhas mãos são a voz da minha alma Olha para os meus olhos eles dizem tudo aquilo que não sou capaz de dizer Um dia...
Respiração e Beleza
Experiência em grupo
Encontro a Beleza no jogo em si. No vai não vai, na simulação que faz o corpo rir e estar com todos os sentidos alerta.
É uma questão de sobrevivência. A Beleza anima a sobrevivência.
Não há nada mais, é só isto. Realização. É só isto. Aceitação. E isto vale tudo.
Deixo-me ficar com este dois. Ela embala-me e ele atrai-me para o chão.
Recolho-me em mim num fechar aberto. Movimento o ar à minha volta e inspiro-o com intenção.
Permito-me respirar a Beleza dos outros presente em cada pormenor que o meu olhar capta atentamente.
Solo Paulo
Sensação de liberdade...
Solo Isabel
Voando no precipício... Silêncio.
(neste exercício de observação, tal como comentava o António, não dava vontade de escrever. Foi a primeira vez que senti que as palavras estavam a mais e que não seriam capazes de superar a experiência em si. Foi mesmo bonito!)
Respiração e Movimento
Repouso a consciência na respiração e deixo o movimento entregue aos humores desta.
Sinto o ar nas articulações.
Ao reter o ar pára o movimento. Sem ar não há vida.
O que sobressai nos outros é o ritmo da sua respiração.
2- O meu movimento influencia a minha respiração
Começo pelo movimento, que instintivamente é forte de forma a provocar a minha respiração.
Empenho-me em movimentos repetitivos que levam a uma inspiração e expiração forçadas.
Ao parar o movimento, retenho o ar. Sem movimento não há vida.
Acalmo o meu movimento para acalmar a minha respiração. Também se acalmam o mental e o emocional.
O que sobressai nos outros é o seu movimento.
quinta-feira, 12 de março de 2009
I send this question to a beautiful friend
i got this answear:
I feel you are. Its just sometimes we realise it and others dont. Because the Universe is beauty. And its energy is love energy. Hope you`re smiling this days my dearest margarida.
Sessão Quatro
Tenho de escutar a respiração, afinal ela está por todo o corpo e faz-me mover. Ao princípio só num simples caminhar, depois ela leva-me a todo o corpo. Eu sou todo o corpo a respirar. O ar envolve-me e faz-me mexer, balancear, ora com brusquidão, ora de forma serena, como que levemente empurrado pela brisa suave… Todo eu respiro enquanto me movo… O inato torna-se consciente e transporta-me… Deixo-me guiar pelo ar.
O meu movimento influencia a minha respiração
O natural. O normal. E ela acomoda-se… Mas, ainda assim, sinto-me influenciado por ela. Talvez ainda reflexo do exercício anterior. Continuo a comandar braços, pernas, saltos expansivos no alto e no solo… Obriga-me a coordenar. Não controlo, não posso… Tenho de (me) respeitar!
E seu eu estiver a respirar beleza a todo o instante?
Que grande envolvimento. Como se todo eu estivesse preenchido de beleza. O respirar é lufada de ar fresco nos sentidos, na memória, no desejo. Com o que tenho de levar, trazer, conjugar, articular… O respirar traz-me brilho… luz! Apetece-me brincar, rir… Rir à gargalhada. Estou mesmo leve. E depois deixo-me envolver pelas ondas do mar em braços que se misturam, mãos que se dão. Há beleza em tudo!
“Francisca”
Voar a olhar a planície… Asas largas! Absorvo o ar, deixo-me embalar pelo movimento que me faz sonhar. Sinto! Leve toque de… passo ao lado! O que vejo? Levito de mãos abertas, estou pronta a receber. Hmm! Quem será? Oh… Deixo-me ir outra vez!
Teresa
Silêncio… Preparo-me para crescer. Queres ver? Ah, há a brisa que passa! Tenho em mim a magia dos Elfos. Sou imortal! Ganho balanço e vou… sem medo… Vou! Mesmo que me esconde, posso parar, mas vou… Envolvida pelo entardecer… enquanto fito o horizonte, num bailar que raia Primavera, a frescura do renascer.
Micaela
Sinto-me solta como as ninfas… Mas aterro! Posiciono-me para que me pintem. Não, não aguento e escondo-me! Que vergonha! Mas volto. Aqui estou! A amplitude no aplauso como que loucura minha a dar enquanto esbracejo e riu… E pose! Tiraram a fotografia? Como é Possível!?! Sim! Sou eu! Oh! Não esqueçam. Olha que se lixe! Relaxo e fico a vibrar com o que passa. Nem que arranque o coração e assim sereno mais!
Ana
Sim, estou-te a falar! Segredo-te este canto que me apaixona e toma ofereço-te! Mesmo que seja sussurrado. Gosto tanto de ti! Abraça-me… Envolve-me com os teus desejos! Dá-me as tuas mãos! Toma o meu posar! Ai que sorriso bom! Toma!
Solo Teresa
Voo e danço com alegria e coração cheio.
'E se estivesse a respirar beleza a todo o instante?'
Só sentir...
fechar os olhos e apreciar...
leve...
livre...
sentir-me uma boa companhia...
Sinto-me comigo... Os outros existem de uma forma romântica... Não absorvem a minha energia... nem eu a deles...
Co-habitamos sem interferências negativas. Sempre agradável e de peito aberto para tudo e todos.
Sinto os outros mas não fisicamente... Existe uma energia que respiro...
Será essa a beleza?
Quando os outros interferem no meu mundo, reajo de forma positiva, mesmo que a abordagem não o seja.
Sabe bem... mas sem toque...
sentir, sentir, cheirar e disfrutar.
Corpo que se move e respira
Sinto-me a fazer movimento, mas respiro livremente.
Um equilibrio muito bonito onde o movimento sabe o que a respiração precisa.
Corpo que respira e se move
Libertação...
Calma...
Corpo disperto e atento...
Rápido...
Lento....
mas leve....
'E se o meu corpo reconhece beleza nos outros corpos?' - Trio feminino
Mundo do imaginário, onde somos mais que um. O outro somos nós e nós somos o outro.
A vontade de cuidar, o jogo entre as pessoas, as emoções, os carinhos... relações humanas na sua base mais bonita.
Sinto como um encantamento.
'E se o meu corpo reconhece beleza nos outros corpos?' - Trio masculino
Três personagens, cada um individual. Um passivo, que observa e dois activos que comunicam.
Parecem crianças...
Lembra-me a cena do chá no filme da 'Alice no pais das maravilhas'! Que três que se juntaram de forma tão tresloucada.
Rio-me, mas tem algo de melancólico e triste.
O meu corpo estende-se até ao outro corpo
Observar e deixar 'acontecer' é um processo que necessita do seu tempo.
Saber desligar o 'racional' e activar a escuta corporal.
Eu ser o meu corpo!!
Quando me apercebo, estou em exodo total de todas as tensões acumuladas em mim.
Desliguei e o meu corpo falou por si.
Incrivel como o outro pode levar-nos à nossa descoberta.
Através do 'outro' (não pela observação mas pela sensibilidade de movimento do grupo), o meu corpo encontra-se e fala.
Novamente o estado de gravidade zero acontece, e que bem que me sabe....
Sair desta sensação também é um processo que demora o seu tempo.
quarta-feira, 11 de março de 2009
Sessão três
E se o meu corpo reconhece beleza nos outros corpos?
Trio Masculino !
Primeiro observar: quem é o outro? E sim, aquele ponto que o faz ser e que me apetece descobrir… Meio perdido, mas rapidamente deixo-me levar. Há gozo em mim, no salto descontraído e com vontade de ver mais e mais beleza. Está à vista, com vontade de rir.
Trio Feminino!
Rua com multidão em que se tocam, seguem, cumprimentam-se. Dá-se o despir e a visão do pedaço do corpo que reveste, e veste!
Cheiros intensos… Há beleza no cheiro do outro que me leva a aprofundar o ser, o meu ser. Sigo e deixo-me ser seguido.
É belo proteger… Capa… destapa! Abandono-me nos teus braços, colo. Vejo e sigo… Quero também. Fico pronta a receber? Enquanto bailo vejo a resposta. Grito! Tapa os ouvidos, não quero ouvir porque não há encontro de beleza, mas abraço para reconfortar… Devolve o pedaço de corpo revestido, perdido.
Todas descontraem na planície soalheira. Há vida em nós… Aquele suspiro de alma cheia. Arrumo o que perdi e sigo atrás de ti. Apetece sorrir e abraçar, é engraçado e apetece dar mais de mim a ti.
- Olá, aqui estamos… Que bonita canção… Mega abraço. Encantas com a tua voz…
Olhares entrecruzados em busca de tanto! Saltamos juntos. Como que numa dança ritual, oferecemo-nos? Sorrisos e cheiros depois do… agradecimento, direi? 3 e um só! Separam-se… Como que num choro em busca da repetição da música.
Sessão dois
Quando toco tento dar de mim o que sinto que devo. -> Olho, afinal estou a transmitir algo para que outro sinta e se descubra. Sou guia colaborador, sem atrofiar, apenas ajudar.
E se o meu corpo estiver sempre em busca da beleza?
Teresa
Balancear sorridente sem pressa. Encontra algo que desperta e circula, avança… O olhar é projectado em todas as direcções -> Há um muro, encosta o pensamento e fica a deixá-lo partir… Sai, segue sem pressa, com o olhar ainda assim sereno. Respira! O ver no horizonte… Embalada, sem pressa… Toque de mãos. Enrola…
(Tanta diferença na busca entre todos… Mas todos observam)
A intromissão não causa mossa na busca pessoal. Sou eu que tento buscar, mais ninguém por mim. Alheio do grupo que se quer interagir. Embala-se no rodear de cabeça sobre os ombros… Calma! Anda e afasta-se do grupo. Pára. Foca o olhar noutro horizonte, mas ao mesmo nível. Vejo-me ao espelho. Posso buscá-la em mim? Hei-de conseguir, mas com o tempo meu. Indiferença ao possível toque exterior.
Movimento -> Sim, deixa-se levar pelo movimento de tronco, enquanto mantém os pés no chão. Paro! Volta ao olhar fixo… Enrola-se, deixando cair a cabeça… mas… o olhar, não perde o olhar. Volta a subir a cabeça… Ergue-se! OS braços elevam-se… sobem… Como se estivesse a subir, a pairar, a ser elevada…
(Vejo-a suspensa… como que a absorver o raiar…)
Há intromissão, mas ignora… Não resiste, mas ignora. Tomba a cabeça… Eleva! Serenidade… Saboreia com a língua. O olhar eleva-se ao alto, ao céu, às estrelas.
Eu
Sentir-me e não ficar em mim. Deixar-me levar pelo desejo desta busca a que o meu corpo impele. Vejo cores, movimentos, quero observar… Sinto-me a ir e a receber. Paro, para digerir. Alguém fala… Será que se vê e encontra? Desejo de ir, ir e não ficar. Buscar mais.
Sessão Um
Interrogação. Observação e busca, pensamento… Horizonte. Paragem -> Sentar no deslize observante. Vai em frente e volta atrás. Acelera o movimento de ir - > olhos fixos na busca. Escuta! Medita triste. Vira-se de costas, enfrenta a parede. Pára -> Levanta-se -> olha e busca. Anda de lado. Ajoelha, observa de lado, observa o outro e outro e outro.
Eu
Silêncio -> Estar parado em silêncio. Recolhido, sentindo-me, mas em desejo de explorar lá fora. Olhar o horizonte -> vistas.
Eles, Elas e o reconhecimento da Beleza nos outros corpos
Antenas ligadas com carinho. Duelo amoroso.
Espreito, quase encontro, mas caio. Relaxo e isso faz-me rir.
Finjo que morro ao ver a morte do outro nesta brincadeira sem fim. Afinal não morreu, persegue-me.
Volto a ligar as antenas. Acelero, acelero, acelero. Aceleras comigo.
Solto o meu lado feminino. Espero por ti, mas assusto-me quando te vejo.
Que engraçado! Repouso em ti sem que me segures.
Aceno, não sei bem a quem. Grito silenciosamente a tua ajuda. Tu foges, eu fujo, ele segue-me.
(Agora reparo que foi a primeira vez que, na escrita automática de uma observação, escrevi na 1ª pessoa, como se fosse eu a viver a experiência do outro. Torna-se interessante se se pensar no processo dessa sessão. Funcionou.)
Elas (nós)
Vivemos. Agora estamos contentes, agora tristes.
A minha tristeza é a tua tristeza e a minha alegria é a tua alegria.
És ainda mais bela do que aquilo que aparentas ser, sabes?
Quando me envolvo esqueço-me, por isso às vezes apenas observo.
Somos um nos nossos cânticos e danças.
Obrigada por estares aqui e seres como eu.
A Beleza em mim festeja a Beleza em ti.
terça-feira, 10 de março de 2009
E se o meu corpo reconhece Beleza nos outros corpos?
Vi Beleza no deleite de deixar acontecer, quando se permitiram ir mesmo até ao limite do "disparate" que é uma forma de recuperar a inocência. Estes momentos quando têm lugar são maravilhosos e neles surgem coisas de caractér único pela sua autenticidade e crença performativa. Estes momentos nada têm a ver com a convenção do que é belo em cena e isso é muito interessante.
A Beleza surge quando vocês me fazem crer que o único lugar onde poderiam estar é aquele.
segunda-feira, 9 de março de 2009
'E se o meu corpo estivesse sempre em busca da beleza?'
Primeiro não percebo a pergunta.
Deparo-me a massajar os braços. Sinto-me desconfortável.
De alguma forma a pergunta desorganizou-me.
O meu corpo não encontra posição. Preciso de algo.
Estar no mesmo local algum tempo não me era possivel. Mudava...
De repente sinto necessidade de esgotar o meu corpo.
No chão, sentindo a sua resistência, realizo e repito várias sequências.
Quando me sinto ofegante percebo que era isto que me faltava. Quero mais! Ainda mais movimento!
Não foi necessário ir ao limite, apenas até onde o corpo precisava.
Quando me sinto leve, percebo que ainda não tinha olhado ao meu redor.
Tiro a camisola, porque estou quente.
Observo os outros, e isso dá-me algum calor no coração.
Quero brincar! Que nem uma menina! Porque me sinto leve!
Não quero que o meu corpo procure a beleza, quero que ela chegue até ele.
Caminhando com o toque
Deixar o 'fazer' para fluir o 'acontecer'.
A partir do momento em que há entrega o racional desliga e a pele começa a estar alerta. Um estado de gravidade zero acontece. Um momento onde o tempo deixa de existir e o percurso de ter final.
Simplesmente sinto, absorvo e caminho, sem pressa de chegar ao fim.
'E se houvesse no nosso corpo um mecanismo para a percepção da beleza?'
Sinto-me atenta, disperta e disponivel para receber.
A disposição espacial dos corpos chama-me a atenção. Sinto-nos numa dança.
Tenho uma vontade subita de correr por entre os corpos e sentir o ar na minha pele.
Quando páro percebo que já não é pelo olhar que me guio.
A minha pele é quem observa.
O texto sobre a Carla que provavelmente não o é, é sobre o Filipe
Carla
Ora bem...
Sente frio, aconchega-se.
Aconchegam-se. Bastante.
Pára. Pára-se. Procura escutar?
Balança, procura um fluxo, procura (um) movimento.
NÃO HÁ CERTO NEM ERRADO.
Gestos que prendem - a dificuldade de abandonar a função.
Expelir!
Do you really want the void?
[palavra que já não consigo perceber]
Quem procura sofre, e aconchega-se. Sente o corpo.
Quando tens que abandonar-te, agarras-te.
Texto? Aqui?
Há texto no corpo?
O gesto slow-motion.
Laughable?
Construções e mais construções...
E olhar, e pensar...
WARMTH!
É mesmo difícil sair!
Desconstruir(-se).
E este é o texto sobre mim:
Prisão - a pergunta da não pergunta - não perguntes! não queiras! não saibas!
O estado exterior, que não ri nem brinca com guarda-chuvas.
DE FORA! NÃO ENTRAR!
sexta-feira, 6 de março de 2009
A Micaela e o "E se o meu corpo está em constante busca da beleza"?
Experiência: toque como motor impulsionador da viagem
Havia uma constância e fluência mesmo nas pausas que fazíamos, e concluí que provavelmente este facto tinha a ver com a atitude de receptividade e entrega de que estávamos todos imbuídos, e que se reflectia na qualidade de movimento.
Também aproveitei para sentir o toque de uma forma que tomei consciência há relativamente pouco tempo: toco-te para te sentir e/ou para me sentir a mim.
2ª sessão e 2º "e se..."
(escrevo em inglês porque fiz a experiência de mergulhar na pergunta em inglês. E questiono-me agora, até que ponto o facto de se escolher um idioma ou outro afecta a vivência...)
A minha experiência:
Encontro o meu lugar doce (essa chuva morna no meu coração, esse estado de constante procura da beleza) na respiração, na experiência da verticalidade (o corpo em relação com o centro da terra e o céu), na expansão de todo o meu ser até um espaço ilimitado, na aceitação de tudo o que me rodeia sem manipular ou interagir directamente, no balançar do meu corpo como meio de fluir, num sorriso desde o fundo (aquela certeza que raramente me abandona e que sempre, sempre me emociona).
Sinto-me confortável neste lugar doce, qualquer movimento acrescentado seria demasiado e desnecessário. Esta é a minha forma de simplesmente estar e aceitar que o meu corpo pode ou não estar sempre à procura da beleza.
Observando o Paulo:
Caminha de olhos fechados balançando. Agora olha o céu. Um corpo quieto que busca equilíbrio, uns olhos agitados observando tudo em redor. Um corpo que busca conforto.
Início de uma viagem para dentro: sorri ao percepcionar algo, talvez o som forte da chuva. Fecha os olhos e desperta os outros sentidos. Vê-se na cara e sente-se-lhe na pele. Encontrou o seu lugar.
Volta ao escutar um riso. Dirige a sua presença aos outros. Olha. Não olha mas fica. Fica até na ausência do outro corpo que se despe de si.
Observa.
1ª sessão e 1º "e se..."
Inicio-me nesta aventura do blog do Projecto B (que, aliás, é o primeiro em que participo).
Boa viagem!
Relativamente à primeira 1ª sessão e 1ª pergunta "E se houver no meu corpo um mecanismo para a percepção da beleza?"
Observando a Micaela, surgiram-me palavras e ideias soltas:
gozo, impaciência, indecisão, busca (em si e nos outros), receptividade, olhar profundo no horizonte, estranha sensação esta no peito...
A minha experiência:
E se houver?
O meu corpo sente a beleza. A certeza num arrepio.
Qual será?
O olhar processado pela mente? Fecho os olhos. Não.
Um coração aberto. Sim.
A beleza faz-se sentir em toda a pele, tornando-a mais sensível e receptiva.
E se eu não estiver num estado de beleza interior, poderei ver beleza no exterior? Ela existirá sequer para mim, como uma possibilidade no meu universo?
E se, ao não sermos capazes de ver beleza em algo, olharmos mais atentamente e sob várias perspectivas, poderemos encontrar então a beleza?
Permanece a dúvida: controle do ego através da agitação mental ou comunicação com o Ser sob forma de intuição?
quinta-feira, 5 de março de 2009
Questão para os performers da Beleza
Esteve sempre presente? Diminuiu o volume com o passar do tempo?
E se o meu corpo está em constante busca da Beleza?
Grupo II
Provocar resultados é estar fora do lugar.
Por vezes vou á procura em lugares inimagináveis e perco a noção do ridículo.
Só fico preso ao chão quando os pensamentos me retiram a fluência.
Observo e reorganizo o caos no mesmo instante e digo que já chega quando me doem as costas.
Não sou nenhum Cristo, não tenho pena de mim.
Invento formas diversas de cumprimentar os extraterrestres invisíveis com a mesma calma e certeza com que estou aqui.
Aqui não há nenhum silêncio incómodo.
O princípio e o fim das coisas são o mesmo lugar.
Não me faz falta nenhuma o que deixei para trás.
Tenho palavras para largar ao vento que estão aqui a mais.
O espaço ao lado é o mesmo que este e eu não me apercebo.
Achas que estou aqui a mais?
Quando me perco é apenas na minha própria desconfiança.
Chorar e rir pelos mesmos motivos.
Agarro-me ás paredes para não cair porque por vezes este lugar, parece que tem túneis saídos sabe-se lá de onde.
E se o meu corpo está em constante busca da Beleza?
Grupo I
Procuro nos outros para perceber em mim.
Estou á procura através desta observação. Estou curioso.
Movimentos microscópicos têm lugar dentro do meu corpo. Estes vão crescendo á medida que me relaciono contigo e percebo que sem o saber, sei onde estás.
Não custa nada estar aqui é um lugar muito confortável. Parece que o conheço como á palma da minha mão.
Sigo-te de perto e não me perco, sigo-te com a minha autonomia neste processo em comum. Vejo em ti as coisas e os lugares onde tu não estás á procura.
Cada momento destes aqui vale por 1000 vidas.
Cada pessoa aqui está numa viagem.
Escuto (ponto)
Espero ponto)
Não tenho pressa nem fico á espera do que quer que aconteça. As coisas são o que são e já o eram antes do meu querer.
As coisas acontecem no seu devido tempo. A pressa mata a essência dos acontecimentos e desvia-nos do local e tempo certo nos quais estes devem ter lugar.
Contruo telescópios para te ver melhor.
A certeza de estar onde devo estar, onde sou preciso.
Conseguia ficar aqui uma eternidade. Este lugar enche-me de energia.
A troca
É um exercício interessante no sentido de uma auto avaliação do que julgamos ser pertinente dar e no diálogo com o resto do grupo sobre como manter esse equilibrio, ou seja dar o que é necessário dar na devida medida.
Sugestões para as proximas continuações:
- Onde é que eu estou a fazer falta?
- Dar, observar, compensar, tempo para assimilar.
- Não manipular.
- Estar onde é preciso estar.
- Dar na devida medida.
Publiquem as vossas experiências...