domingo, 12 de julho de 2009

Como reconhecer a beleza? Como produzir beleza?

Entendo a beleza como uma experiência com base numa relação de um sujeito consigo próprio ou com uma entidade exterior (outra pessoa, um objecto, uma situação, etc.). Por isso, mais importante do que as características inerentes a essa realidade é a relação que com ela estabeleço.
A beleza, enquanto manifestação que acontece no universo em qualquer momento pode ser reconhecida ou identificada. O trabalho para que isso aconteça está pois em acordar ou manter acordada essa disponibilidade para que a experiência da beleza aconteça em nós: deixar que a beleza chegue até mim (pela minha percepção); e deixar que a beleza aconteça através das minhas acções e do meu corpo.

Tento identificar parâmetros que estão presentes no vivenciar da experiência da beleza:
-verdade
-carácter do que é autêntico
-clareza
-paz
-sublime
-prazer estético ou experiencial
-processo transformador do tempo
-fluxo
-relação
-espírito
-disponibilidade
-presença
-carácter do que é único
-riqueza, diversidade
-...
Serão estes parâmetros universais? ou, por outro lado, pessoais, culturais, geográficos, temporais?
Ainda que parte destes parâmetros sejam situacionais ou contextuais, acredito que há valores universais e atemporais comuns a todas as pessoas que, digamos, vão para além das formulações específicas culturais.
Admiro-me ou fascino-me com o facto da beleza, apesar de ter sido e ser ainda entendida de tantas formas diferentes, ser uma constante presente em todos os povos, desde os tempos mais remotos de que se tem conhecimento. Se a sua existência é assim tão vasta e a sua presença universal, onde reside a sua importância? De onde vem este impulso tão humano de procurar e criar beleza? (há exemplos tão antigos desde o embelezamento de objectos de uso ao reconhecimento de beleza na natureza e tentativas de a reproduzir, etc)
Por um lado penso que a experiência da beleza trás a quem a experiencia um conjunto de sensações ligadas ao prazer, ao deslumbre, ao sublime e a uma ligação muito especial consigo próprio e conectada com o mundo. Penso que é este facto o que é comum à experiência da beleza, independentemente do tipo de relação e das características do objecto.

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