sábado, 7 de agosto de 2010

Testemunho B, Paulo Duarte

projecto b

Estima-se que a população mundial situa-se nos 6,7 mil milhões de pessoas (e nem vou para as que já existiram antes deste tempo presente). Apesar de crenças e descrenças, é difícil dizer o como exacto da criação... do espaço, da terra, dos animais, das plantas, do Universo, das pessoas... da pessoa: de mim que escrevo, de ti que lês.
Há uma vontade, em sentimento e em vivência, de buscar a essência de algo que nos caracteriza em profundidade. Afinal a terra não é morta, mas viva. Ligações, connections, diálogos, encontros... Silêncio, gritos, passos a dar e a desenvolver... em caminho, com o(s) outro(s), pelo(s) outro(s), para o(s) outro(s)!
E somos cerca de 6,7 mil milhões... Talvez nessa busca a Teresa, ou eu próprio nesse projecto que também faz parte de mim, não cruzará com cada uma destas pessoas. No entanto, avançamos em direcção à profundidade das coisas, da realidade, do que nos rodeia. Como que no desejo de que cada pessoa repare na mudança de cor que ocorre ao longo dia na rua, na avenida, na praça, no jardim, que vê todos os dias... No desejo ainda, e sobretudo, de reparar que cada pessoa é um desafio, por ser ela própria um Universo em criação, em expansão, em descoberta.
E na ligação entre o céu e a terra, poderemos maiusculizar, entre o Céu e a Terra, ganha-se o pudor e respeito, mesmo que caracterizado de old-fashioned, e assim, com humildade – que vem de húmus, terra –, seguimos em busca de algo sagrado: Beleza!
Sem grandes rodeios definitórios, apenas vivenciais... Como que o penetrar na terra fértil, ficando com o sorriso. Então, a terra somos nós, regados pela chuva, saindo aquele cheiro característico que diz: “Está pronta!”.
Pronta para dar o que recebeu...

Testemunho B, Isabel Costa

Em Abril de 2009, estava eu mais uma tarde num café com uns amigos,, bastante em baixo porque não trabalhava... não dançava... não sabia o que queria realmente fazer... Procurava o motivo para dançar... não me sentia completa... sentia que todos os dias vivia a mesma vida... Quando olho para o balcão, vejo um folheto 'Atelier Coreográfico Projecto B de Teresa Prima'... Li... Achei interessante mas guardei-o no bolso sem vontade de o fazer... andava desanimada... não queria dançar... Mas algo me disse 'Vai, não tens nada a perder'...

B! Deixei-me encantar... Descobri uma parte de mim, que nunca soube escutar... Foi maravilhoso!
'sente o teu corpo e deixa-o falar...' que incrivel a magia que tomou conta de mim... percebi onde a tristeza me afectava... percebi o quão gasto estava o meu corpo e a minha alma após 5 anos de imposição de movimento... Estava a descobrir uma liberdade! Essa sensação que sempre procurei... mas que não sabia o que era...

'E se...' 'e se...' que perguntas bonitas eram propostas... que descobertas...

Não foi só um atelier coreografico, foi um momento onde foram criaradas amizades muito fortes e um ensinamento de vida... Sensibilidade... Viver... Ser...Dançar e criar... A arte é uma forma de viver... não se pode separar... temos que ser honestos e simples... tanto na vida como na arte...
Intitulei o meu projecto final do atelier de 'Meu projecto B’... Um projecto que ainda continua em mim...

Não acredito no acaso. Tudo o que nos acontece na vida têm um propósito.
Encontrei-me com o ‘Projecto B’ por uma razão muito especial... Encontrei o motivo que me faltava... A minha vida e as minhas relações, deram uma volta...
Depois de encontrarmos o inicio do fio B, só temos que continua-lo, a ver onde nos leva...

Em 2010 sou convidada para assistente de ensaios no solo da Teresa... 'Na terra a olhar o céu'... um convite para assistir a uma viagem B...
Estar na terra a olhar o céu, é onde a dança surge... dum auscultar... Estar 'aqui' olhar para 'lá' e render-me!

“Toco-me. Sinto-me...
Transfiro-me energia...
Encontro as posições que melhor me fazem sentir e que melhor me fazem estar...
A minha energia comanda o meu corpo. Do meu toque surge a dança...
As minhas mãos carregam energia universal...
Amor...
O meu corpo dança porque as minhas mãos assim o dizem...
O chackra do coração vibra... Páro para respirar... Abro-me ao céu...
Sento-me para passar as mãos pelo meu corpo...
Estou carregada de amor...
O meu corpo dança...”