sábado, 26 de dezembro de 2009
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Ne change rien
Este documentário é cheio de doçura, é como uma carícia nos dias que correm.
As coisas emergem no silêncio da imagem e tornam-se visíveis pelo que elas são.
Há poesia na ordem das coisas e das cenas. Há poesia na montagem.
Há um tempo que sucede outro tempo sem artifícios, que só aborrece quem não o entende porque nunca o viveu.
Há o prazer apaixonado com que se vivem os papéis e com que se realiza as tarefas, com naturalidade, como quem respira e é.
A luz brinca na cena como se estivesse encantada, transformando sem tentar enganar, é a magia mesmo à frente dos meus olhos e se eu me deixei assim encantar foi por não haver outra coisa a fazer.
Deliciosamente sereno, sem pressa. Subtil, envolvente.
No momento, visionário.
Teresa P.
"...Gosto muito particularmente da ideia de acorde. Encontrar o acorde, os acordes, acordar-se nesse antigo sentido de oferecer-se, acordar-se aos outros, e acordar as coisas a nós. (...)
Na música há o uníssono, a harmonia, e, se possível a síncope (outra forma de acorde, de trégua), parece-me que nela podemos caminhar verdadeiramente lado a lado, de mãos dadas. Nela encontro uma forma de liberdade que, embora nunca deixando de ser um combate, jamais passa pelo confronto. E nela procuro, incessantemente, um abandono. Fazer música para mim, contém sempre uma maravilhosa promessa de abandono. Talvez como a criança que levada pelo amor, por um olhar, por uma atenção (o ritmo, a melodia, a harmonia)abandona os braços da mãe para caminhar sozinha no vasto mundo, com o espírito livre e o corpo liberto. (...)"
Jeanne Balibar
sábado, 28 de novembro de 2009
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Evolução, Beleza e Liberdade
"Liberdade é o teu estado natural, tal como foste criado, na tua verdadeira origem, que não depende dos outros, nem de nada que te rodeia. Ela não se explica, sente-se, experiencia-se e conhece-se, por dentro. É o estado em que tu vives quando não te sentes limitado por nenhum conceito, ideia, valor, memória, padrão ou emoção! Só és capaz de lembrar o Amor. Daí vem todo o teu Poder e Segurança, o sentido ilimitado de realização e felicidade!"
Improviso em schweigen (silêncio)
Ultimamente tenho encontrado muita beleza no silêncio... so saber respirar e estar no silêncio... mesmo estando no meio de ruido eu posso encontrar silêncio!
Está a saber muito bem esta descoberta!
Tenho comigo uma pessoa que me acompanha no projecto B desde o inicio e que de certa forma já se tornou um mini projecto B, ele proprio.
Está a ser incrivel esta partilha entre ambos... Liberdade e Beleza! Uma mistura que me parece muito bem!
Noutro dia surgiu esta performance... Improviso em schweigen (silêncio).
Ele improvisava ao som de deaf center, com um mp3 nos ouvidos.. o publico via a performance em silencio.. a verdade é que daqui novos movimentos surgem... o corpo liberta-se de regras e acontece. Malabarismo ou movimento? A Beleza transforma os caminhos...
improviso em schweigen from uminutu on Vimeo.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Últimas notícias PB
Acompanhem a viagem aqui:
http://projectobparticipantes.blogspot.com
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
tenho andado sempre com o meu bloco de notas e a minha camera...
Tenho muitos textos escritos... Espero vir a coloca-los no blog... e os videos que se seguem são alguns excertos da imensidão de coisas belas que encontrei...
Dois videos que recolhi na altura em que estava em pesquisa relativamente á apresentação final do atelier... Ao qual eu chamei 'Meu projecto B'.
Pequenas belezas... fruto também dessa pesquisa...
Regozijos e confabulações... algo dançado como forma de reciclar varios enlatados em mim... Gostei da beleza que encontrei nos movimentos e na pós-sensação de mim...
Sopro... Um video que fiz na minha curta estadia em Gent - Bélgica. Uma semana de muita dança e beleza no caminho de mim mesma...
Esboço 'Meu projecto B' - I
Esboço 'Meu projecto B' - II
Pequenas Belezas
Regozijos e Confabulações - Parte I
Sopro
sábado, 29 de agosto de 2009
Convite
Estão convidados para um piquenique no Parque da Cidade no dia 4 (sábado). Confirmem a vossa presença para que eu vos diga a hora e local de encontro =) Tragam a vossa toalha e lanche.
Beijinhos,
Filipe
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Despertar para a Beleza
Despertar para a Beleza é despertar para um estado interior de silêncio, escuta, aceitação e alegria, a partir de onde se cria um espaço e um tempo para a Beleza se manifestar (e transbordar de dentro para fora).
Encontro-me com o outro.
Ofereço de mim e recebo de ti.
Deixo que os nossos estados se fundam e se engrandeçam um ao outro.
Sou o silêncio onde ressoa o teu som.
A partir daqui construímos um diálogo.
Quem somos, onde estamos, para onde vamos?
sexta-feira, 31 de julho de 2009
how to recognize/produce B
How to recognize B:
- To see that everything around us, in its pure form, is energy, and that this energy is the Infinite Energy, the Beauteous Light which manifests itself in all things - be they living, inanimate, or even abstract (thoughts, ideas, feelings). To be able to recognize all that we see, and all that we don’t, as manifestations of the One Force; and that every atom of our entire Universe is the Infinite - and the Infinite is nothing but Beauty in its purest form. To recognize this is to recognize beauty.
- To understand/believe that ‘the other’ is always a potential carrier of Beauty. To constantly acknowledge ‘the other’ as a receiver of Beauty as well.
Thus, all meetings, all connects, will be manifestations and/or collisions of this selfsame Beauty!
- To look upon your heart as a mirror, reflecting/becoming all that you find most beautiful around you. To see/experience something which moves you thoroughly, which is breath-taking, (a landscape, for instance) and to be able to find it reflected within, and to say ‘that is me’. To want to be a reflection of Beauty, and to want Beauty to be a reflection of you.
How to produce B:
- Try to place your sense of ‘self’, your being, your identity, possibly even your ‘face’ (self-image) - in your heart centre.
Breathe from there.
Give and receive from there.
- To be conscious always, that the energy you give out should be love energy. Universally, not selectively. To practise this with rigour.
- To ‘give’, or at least to want to ‘give’. Not just materially, but to give out energy, to consciously give a piece of your self, a real inner part to ‘the other’, or at least towards your loved ones. To be interested in their well-being, to want to heal, to please, to make calm, to make beautiful, to support. To be conscious of this constant transmission, to invest in it, especially through touch.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
quarta-feira, 15 de julho de 2009
domingo, 12 de julho de 2009
Como reconhecer a beleza? Como produzir beleza?
A beleza, enquanto manifestação que acontece no universo em qualquer momento pode ser reconhecida ou identificada. O trabalho para que isso aconteça está pois em acordar ou manter acordada essa disponibilidade para que a experiência da beleza aconteça em nós: deixar que a beleza chegue até mim (pela minha percepção); e deixar que a beleza aconteça através das minhas acções e do meu corpo.
Tento identificar parâmetros que estão presentes no vivenciar da experiência da beleza:
-verdade
-carácter do que é autêntico
-clareza
-paz
-sublime
-prazer estético ou experiencial
-processo transformador do tempo
-fluxo
-relação
-espírito
-disponibilidade
-presença
-carácter do que é único
-riqueza, diversidade
-...
Serão estes parâmetros universais? ou, por outro lado, pessoais, culturais, geográficos, temporais?
Ainda que parte destes parâmetros sejam situacionais ou contextuais, acredito que há valores universais e atemporais comuns a todas as pessoas que, digamos, vão para além das formulações específicas culturais.
Admiro-me ou fascino-me com o facto da beleza, apesar de ter sido e ser ainda entendida de tantas formas diferentes, ser uma constante presente em todos os povos, desde os tempos mais remotos de que se tem conhecimento. Se a sua existência é assim tão vasta e a sua presença universal, onde reside a sua importância? De onde vem este impulso tão humano de procurar e criar beleza? (há exemplos tão antigos desde o embelezamento de objectos de uso ao reconhecimento de beleza na natureza e tentativas de a reproduzir, etc)
Por um lado penso que a experiência da beleza trás a quem a experiencia um conjunto de sensações ligadas ao prazer, ao deslumbre, ao sublime e a uma ligação muito especial consigo próprio e conectada com o mundo. Penso que é este facto o que é comum à experiência da beleza, independentemente do tipo de relação e das características do objecto.
terça-feira, 23 de junho de 2009
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Projecto B para Pointe to Point
Às vezes penso no trabalho como uma espécie de entidade sempre presente que se vai transformando e evoluindo comigo e com aquilo que vivo.
Creio que há uma característica que atravessa grande parte do trabalho coreográfico que desenvolvi que se prende com uma curiosidade sobre o outro associada a um desejo de aproximação.
Esta curiosidade não tem nada de alcoviteiro, ela nasceu do desejo de querer saber mais sobre quem era o outro que se “escondia” no escuro da plateia, quais eram as suas motivações e expectativas ao virem ver o meu trabalho.
O outro passou então de testemunha a elemento de trabalho e gradualmente fui estreitando esta relação. A primeira coisa que fiz foi retirá-lo do escuro, a segunda provavelmente foi começar a endereçar-lhe as coisas directamente.
Consigo perceber que associado ao desejo de conhecimento do outro existe também o desejo de auto conhecimento e entendimento da natureza humana.
Entre 2007/08 vivi e estudei na Índia dança, yoga e artes marciais. A Índia atirou me para um rodopio dos sentidos com os seus cheiros, sabores, cores, paisagens e sons. A arquitectura dos templos, a geometria da dança, os ritmos da música. A relação do humano com o divino. A expressão de cada rosto. Fui muitas vezes arrebatada pelo contacto com a Beleza, presente em diversas coisas, pessoas e situações.
E esta relação e interesse pela Beleza começou a tornar-se cada vez mais notória (evidente) e regressou comigo a Portugal e tornou-se a temática do meu actual Projecto.
Em Janeiro do presente ano criei um exercício coreográfico para 11 alunos da EPD do BT. Foi aqui que entendi que era no acto de procurar a beleza, no que gerava esta intenção que residia o interesse e a potencialidade.
O coreógrafo Joclécio Azevedo escreveu-me o seguinte depois da apresentação pública que realizamos: “Estar à procura de algo que mal se sabe definir, mas cuja presença é pressentida e denunciada, foi o que me comoveu no teu projecto, sobretudo pelo facto de ser uma procura conjunta e partilhada entre performers e espectadores.”
Apelidei este projecto de Projecto B.
Entre Março e Abril conduzi um Atelier de Pesquisa Coreográfica – Projecto B no NEC á volta da ideia de procura da beleza. A primeira fase orientada por mim funciona como um input de modo a que na segunda fase o participante crie o seu Projecto B ou seja o seu projecto de procura de beleza. Para isso ele deve ser capaz de identificar o território da sua procura, criar a metodologia adequada, realizar o percurso, documentá-lo e encontrar uma forma de apresentação daquilo que descobriu.
Foi muito interessante acompanhar estes processos que me fizeram perceber que o outro e o projecto do outro fazem parte da beleza que procuro.
Entretanto o Projecto B estabeleceu-se como conceito e deseja experimentar-se sobre várias vertentes: a criação coreográfica, a investigação, a documentação e a sensibilização para a temática.
E como este é actualmente o território onde me movo, decidi criar um Projecto B para o Pointe to Point.
A primeira questão que surgiu foi: como relacionar a procura da beleza com o PTP a quase dois meses deste ter lugar, quando não sei nada sobre o que irá ser o evento ou os seus intervenientes? Depois pensando melhor achei que se calhar poderia ser por aí “e se a beleza estivesse nesse espaço potencial que poderia ser preenchido pelo meu imaginário?”.
Esta era um momento particular em que ainda era possível o exercício de imaginar tudo: o evento, os participantes, o que poderia acontecer.
Este foi o ponto de partida o meu Projecto b para o Pointe to Point.
Passo um – território da procura identificado.
Passo dois – qual a metodologia a seguir?
Nesta altura frequentei o Atelier de Composição “Entre um e outro” dirigido pelo coreógrafo Joclécio Azevedo, o trabalho desenvolveu-se á volta da ideia do espaço que separa um corpo do outro, do entendimento das suas características e possibilidades. Resolvi inserir este contexto como parte da metodologia para desenvolver o meu Projecto B.
Actualização das minhas perguntas B:
- E se a beleza estiver neste espaço potencial?
- E se o meu corpo encontrar beleza ao habitar este espaço e ao relacionar-se com ele?
- E se o meu corpo encontrar beleza nas transformações provocadas pelo habitar deste espaço?
Metodologia B:
1 – Desenvolver o Projecto B para o PTP aplicando alguns dos parâmetros sugeridos no Atelier “Entre um e outro”, nomeadamente organizar todo os elementos do Projecto a partir da definição do espaço.
2 – Materialização da ideia – apresentar individualmente a ideia subjacente ao Projecto B para o Pointe to Point a 7 pessoas ligadas ás artes ou não.
- Convidá-las via telefone ou email explicado-lhes previamente o contexto e conteúdo do presente Projecto.
- Agendar um encontro numa data e local a definir pela pessoa, este lugar pode ser um espaço público ou privado, ao ar livre ou interior.
- Encontro com a pessoa no local e horário agendado. Pedir a esta que durante dez minutos observe o que acontece no meu corpo.
Linha da acção da Teresa:
A – Activação do espaço da imaginação relacionando-o com o futuro Pointe to Point durante sete minutos.
B – Deixar o corpo físico relacionar-se com esse espaço.
C – O que acontece no corpo físico como resultado do contacto com esse espaço?
3 – Documentação e apresentação
- Fazer um registo aúdio da observação da pessoa.
- Publicar no blogue do Projecto B as respectivas experiências assim como de todo o Projecto B para o Pointe to Point.
- Criação de um vídeo que possa servir de suporte de apresentação deste projecto B.
- Apresentação in locco das conclusões.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
My side of the story - Fatinha e Patrícia
segunda-feira, 8 de junho de 2009
My side of the story - Filipe
sábado, 6 de junho de 2009
My side of the story - Micaela
sexta-feira, 5 de junho de 2009
My side of story - António
It was a complete different feeling from the one before, I enter the space associated with the Project and I began to see the space where I was in fact through the vision of that space (the one related with the Project) and then I began to laugh a lot and started to feel like if I was upside down in a different reality but this reality was my own creation.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
My side of the story
It was not easy to arrive at the point where the idea became simple and clear as you’ll see in a few days, but it was worth it! I am happy I did this Project!
And beauty’s on the road!
1st time I performed to Conceição on a small garden on the backyards of some urban buildings. It was not easy to activate the space which is related to the Project. But the try out made me go somewhere else, a zone of acceptance and recognition of the moment, and I was relating with something yes, a space inside which draws things on the outer side, through the body.
And then when I listen to what the person saw I realize that I gave something to her and that she did exactly the same for me. It was like being in front of a new mirror.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Pointe to Point
Daqui a uns dias estarei aqui!
Apresentarei o meu "Projecto B para o Pointe to Point" no âmbito de dois dias de apresentações dos trabalhos dos participantes que terá lugar a 13 e 14 de Junho no Museu Oriente.
Não percam!
Bjs
T
sexta-feira, 29 de maio de 2009
segunda-feira, 25 de maio de 2009
terça-feira, 19 de maio de 2009
Projecto B... de Bolo
Belos!,
Estão convidadíssimos para mais um piquenique! E olhem, só para vos poupar trabalho, o ponto de encontro é o mesmo do 1.º.
Então:
dia 31 de Maio (que é domingo)
15h no Castelo do Queijo.
O piquenique é no Parque da Cidade, e estamos em contacto para termos uma aulinha gratuita dada por srs. do ginásio Holmes Place.
É essencial saberem, para participarem, que:
1. A doença celíaca é uma intolerância alimentar. Os celíacos têm que retirar da sua alimentação todo o glúten (proteína do trigo, centeio, cevada e aveia) pois este provoca-lhes lesão intestinal, com consequentes subnutrição e doenças secundárias.
2. Existe uma associação, a APC (Associação Portuguesa de Celíacos), que procura apoiá-los, melhorando o seu acesso a produtos sem glúten e dinamizando actividades.
3. A APC tem um núcleo de jovens, a APC Jovem. E a APC Jovem passou a contar com uma delegação no Porto.
4. É esta delegação, composta por mim e dois grandes amigos meus, que organiza este piquenique, no espírito reunido da Beleza com a Saúde.
Condição para participarem no piquenique (sim, há que conquistar o direito de lá entrar!):
1. Tragam o vosso lanche sem glúten (LSG).
O vosso LSG não pode conter produtos à base de trigo (pão, bolos, bolachas, pão ralado), cevada (cerveja), centeio (pão de centeio) ou aveia. Produtos alimentares transformados frequentemente contêm glúten, o segredo está em conhecer os ingredientes que aparecem no rótulo e detectar aqueles que contêm glúten (amido, amido modificado, malte, etc.).
O vosso LSG pode conter: fruta!!, batata!!, arroz!!, legumes, verdurinhas!!, pipocas e outros produtos feitos só com milho!!, lacticínios!!
Agora proponho-vos um projecto B: o Bolo da Beleza. Que é fazerem um Bolo Sem Glúten.
Caso se sintam preparados para meterem a mão na massa sem glúten, contactem-me! Dou-vos todas as dicas, arranjo-vos ingredientes sem glúten especiais (tipo farinhas para bolos sem glúten). Ouvi dizer que o Flávio faz bons bolos... E que a Prima não lhe fica atrás...
O bolinho da imagem é mesmo sem glúten! e melhor ainda, tb não tem lactose.
Apareçam então, com a vossa frutinha, o vosso pacote de batatas fritas ou o vosso Bolo Sem Glúten. A Beleza passará por este piquenique ;)
As incrições são feitas por aqui:
apc.jovem@celiacos.org.pt
ou
918139511 (Rita Jorge, dietista da Associação)
segunda-feira, 18 de maio de 2009
sábado, 16 de maio de 2009
Qualquer altura e acontecimento podem servir de território da procura B
Hmm ela poderia contar isto melhor mas eu achei o máximo.
A procura da b só depende de nós, não vejo razão nenhuma para excluir circunstâncias ou acontecimentos, aliás todos os momentos são propícios e todas as alturas uma boa altura. Imagine-se lá o que se pode encontrar...
segunda-feira, 11 de maio de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Uma palavra
A estação de Vila do Conde estava deserta, e para terminar este ciclo, mal saí do metro pousei todas as minhas coisas no chão corri para um espaço de terra que lá existe. Tirei a roupa ficando só de t-shirt e fiquei algum tempo a saborear o vento frio que passava.
Libertador! Esta sensação de liberdade que procuro e onde encontro uma Beleza incrível.
Fiquei em estado hipotérmico, arrependendo-me logo da loucura porque estava mesmo muito frio. Para aquecer foi um problema.
Mas esse momento além de me dar liberdade para não ficar triste com o terminar do ateliê, abriu-me uma porta linda onde descobri que o ‘Meu projecto B’ ainda agora começou.
Não acredito no acaso. As pessoas, as coisas que acontecem na nossa vida em determinados momentos, têm sempre um propósito.
Eu encontrei-me com o ‘Projecto B’ por uma razão muito especial: Para acordar! Encontrei o motivo que me faltava. Andava à procura da Beleza há muito tempo e não sabia!
O projecto B estará sempre presente em mim e na minha vida. Nada pode roubar a Beleza que há em nós. Eu encontrei o pontinho onde a Beleza me toca, e onde existe em mim… sabe bem e não a quero perder por nada!
Quero agradecer mesmo pelas pessoas lindas que conheci.
Micaela – um anjo azul lindo de morrer
Paulo – uma energia solar imensa que me dava conforto e me aquecia.
António – uma pessoa linda, linda de pureza e que me fazia sorrir.
Filipe – uma alma de conquistador. Lindo! Emocionei-me muito contigo!
Teresa – uma princesinha da Beleza. Amo-a mesmo muito.
Maria – Filha da Beleza! Apaixonei-me por esta menina Beleza.
Joclécio – Pelas palavras bonitas que nos deixou.
Teresa Prima – Mãe Beleza! Muito muito obrigada!!!
Sou tua fã Teresa!!!!! :D
Espero que os nossos caminhos se voltem a encontrar!
Obrigada a vocês.
Francisca
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Pedido de colaboração
Obrigado e bjs
ps e a ver se conseguimos fazer algo a partir daqui, não achas?
sexta-feira, 1 de maio de 2009
quinta-feira, 23 de abril de 2009
terça-feira, 21 de abril de 2009
Filipe Gomes - Apresentação do Projecto a 15.04.08
Apresentação do Projecto B de Filipe Gomes
O meu trabalho iniciou-se à volta de questões da relação do Eu com o Exterior:
1-Como posso percepcionar de forma menos deturpada o Exterior, e a Mim mesmo?
2-Como me posso sentir menos desconfortável na relação com o que me é estranho?
Adoptar para a minha pesquisa o conceito de Aceitação tornou o trabalho mais claro. Este constitui-se, assim, na Aceitação de Mim mesmo e do Exterior. Dou atenção às minhas perspectivas e trabalho-as de forma a sentir-me mais confortável nestas relações e a perceber as suas potencialidades.
Após uma pesquisa mais derivativa, sinto necessidade de um trabalho orientado por uma metodologia, facilitando a construção das conclusões e da exposição das mesmas.
Decidi construir um modelo de entrevista para aplicar a um espaço e pessoas determinados, segundo critérios que irei traçar. Este modelo vai ser construído a partir de uma primeira série de entrevistas.
Passo a explicar o primeiro formato que desenvolvi, e que estou correntemente a aplicar.
Leio ao meu entrevistado um texto contextualizador do meu trabalho muito semelhante a este que acabo de vos ler.
Peço ao meu entrevistado que escolha um lugar para a entrevista.
Pergunto-lhe qual a sua ligação a esse lugar, que percurso fez para aí chegar, para escolher estar aí. Indico ao entrevistado que deverá interpretar esta pergunta da forma mais abrangente, explicando-me toda a rede de acontecimentos que, a seu ver, justificaram a escolha do lugar e a sua presença no espaço em que iniciámos o contacto. Procuro não orientar esta resposta, atribuo ao meu entrevistado a sua organização e os caminhos a abrir.
Chegados ao fim da entrevista, peço ao meu entrevistado para lhe tirar uma fotografia. A fotografia constitui o único registo da entrevista, pois esta não é gravada e não tiro notas durante a mesma.
A opção de não gravar nem anotar a entrevista prende-se com o objectivo de não desvalorizar a relação criada, ao torná-la irreproduzível para além da memória dos seus intervenientes.
A fotografia explica-se por, desde o início deste trabalho, ela me ter surgido como meio de apreensão do Outro e do Espaço, complementar à entrevista. Vejo, aqui, uma questão de apropriação da imagem.
Por fim, peço ao meu entrevistado que me dê um contacto seu, para que eu o vá informando sobre o decorrer do meu trabalho. Indico-lhe, também, que pode consultar o blogue http://prima-projectob.blogspot.com para conhecer melhor o atelier que originou o meu projecto, e também como outra forma de acompanhar este trabalho.
Primeiras conclusões a partir das entrevistas já realizadas:
1-A resposta é aberta e totalmente dependente do entrevistado.
2-Também as condições da entrevista são em grande parte determinadas pelo entrevistado, que escolhe o espaço, o qual pode por exemplo ser ruidoso.
3-Quanto mais estranhos ao projecto e a este contexto de trabalho são os entrevistados, maior pormenorização de contexto é necessária, dado que a relação está muito dependente da informação que dou sobre o projecto.
Agradeço a Teresa Prima, Ana Celeste Ferreira, António Lago, Carla Valquaresma, Charlotte, Flávio Rodrigues, Isabel Costa, Joana Castro, Micaela Maia, Paulo Duarte e Teresa Santos, Cristiana Rocha, Joclécio Azevedo, Mafalda Couto Soares, Magda Henriques, Maria Lemos, Rogério Nuno Costa, Susana Chiocca e Tó Maia. Havia mais a quem agradecer.
Peço-vos, agora, que comentem esta apresentação. [Peço que comentem esta apresentação no final das apresentações.]
Obrigado.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
A minha amiga Patricia Bateira escreveu:
A beleza encontra-se.
Em todo e qualquer lado.
Porque se depara em nós próprios enquanto espiritualidade, essa dimensão humana constituída pela sua mais profunda essência e aspiração.
sábado, 18 de abril de 2009
A minha conferência, Flávio Rodrigues
Era no encontro com a beleza e principalmente na procura da mesma, que se desprendiam as sessões. Nas primeiras, viajávamos no território protegido pela Teresa em que o não julgamento e aceitação do momento nos levavam a questionar a presença da tal procura. Nas últimas sessões os colaboradores dedicavam-se á criação do próprio projecto b.
Eu debrucei-me sobre a ideia do tempo… na primeira fase experimentei um cruzamento temporal, que consistia em sobrepor a um registo do meu corpo (formato memoria) o meu corpo em performance (presente), e foi neste cruzamento que questionei o primeiro encontro com a beleza; ela realmente surgia…mas tão curta que não a conseguia saborear, eu estava a procura de algo maior, algo que desse tempo para eu guardar, estudar e perceber. Na segunda fase trabalhei/experimentei o registo da sobreposição e criei… um problema, alias vários.
Terminei esta fase com: Beleza = problema. Queria resolve-lo mas não estava a conseguir, prestes a abandonar, encontrei a solução ao ver o filme “Proposta indecente” em que a personagem principal David (arquitecto e professor) diz: “até um tijolo quer ser algo”.
Percebi então… que posso encontrar a beleza no processo de construção, no tempo que ela demora, no tempo que ela se mantém, e no tempo que ela cria entre si. Estou a falar por exemplo da construção de uma casa.
Bem… a minha conferência baseou-se em contar este meu pequeno processo de pesquisa… juntei-lhe o desafio colocado a mim próprio… os nervos a flor da pele… o nunca com m, o filme que estava traduzido em Italiano e afirmei estar em Espanhol… enfim… Uma bela conferencia que dava uma Proposta indecente… Flávio Rodrigues
sexta-feira, 17 de abril de 2009
"Fluid" ou a emoção dos que buscam...
Apesar de não escrever por aqui como gostaria, estes tempos de Projecto B foram para mim também de maturação… Por vezes, neste encontro com outras pessoas, outras realidades, outras vivências, vou alargando os meus horizontes sobre o que nos rodeia. Afinal, a Beleza não é efémera, está ao nosso alcance. Apenas preciso serenar o coração, o corpo, a vida, e deixar que Ela vá sussurrando um pouco de si, para depois deixar-se explodir à minha frente e encontrar a transcendência…
Não quero ser longo no que aqui escrevo e deixo como memorial de sessões em que partilhámos muito de nós através de silêncios, gargalhadas, movimentos, escutas, interrogações, fusões, conversas, vontades de conhecimentos a aprofundar, percepções, encontros…. e muito mais… com a Beleza…
Fiquei a conhecer mais um pouco do meu corpo e da relação que se pode estabelecer com o fluir da dança, ou dos movimentos, na busca da Beleza. Afinal, como religioso, também experimento diariamente esta vontade de caminhar em direcção à Beleza. Dou-lhe outro nome: Deus! Por vezes há um medo terrível de O buscar, como se fosse bicho papão e depois, o que acontece é que se vive com Ele de outra forma, com outro nome. Porque digo isto? Foram alguns, para não dizer bastantes, os momentos em que me emocionei… Que senti mesmo que O contemplei. Estivesse em “cena” na busca de vários “ses”, estivesse a contemplar a busca dos outros, de cada um de vocês. Lembram-se quando falei da passagem da Transfiguração? Não é fácil explicar… Quando releio o que escrevi ao longo das sessões, recordo os momentos em que houve ali, naqueles momentos, o clique da explosão de onde emergiu a beleza.
Creio que conseguimos alcançar muita densidade. Com pena minha, por ter de voltar, não consegui ficar para os comentários finais depois das nossas apresentações. Do conjunto o que me ressaltou foi a certeza de que revelámos um pouco do que somos. Senti e percebi mesmo isso, enquanto vos via e me sentia, que demos aos outros o que significou o “Projecto B” no seu todo nas suas várias sessões.
Em mim, com as minhas filosofices e teologices, levantaram-se imensas questões. Naturalmente vivo a questão da relação com o Outro – a Teresa e eu sintonizámos muito bem -, além disso, surgiu a questão do tempo – passado, presente e futuro -, do espaço, da ironia, do humor, dos (des)encontros, da brincadeira, da (M)mulher, da transcendência, atrevo-me mesmo a dizer, da forma como nós, humanos, Vivemos. E tudo nesta busca do Belo, através do Corpo que somos.
Digo ainda que, aqui e agora, pode ser a porta para saborearmos o que ainda está a ser vivenciado por cada um de nós. Naquela penumbra, à luz dos aquecedores, senti a sintonia, como já referi, da relação através de sonhos que se podem realizar… no segredo de uma dança, apresentação, performance. Se me disserem que não existe “fantasia” não acredito… Ela está aí, basta “limpar” o Corpo dos ruídos, serenar e deixá-lo falar… Ele dirá muito de si e da Beleza que existe… que É!
De facto, como a Micaela várias vezes me disse, sou um [futuro] padre muito estranho...
Agradeço-vos. Muito! E até breve…
P.S. - Deixo o link para o meu artigo Ser Humano: Ser Corpo em Relação que foi publicado na revista (basta clicar) "Informativo FdeS - Ferraz de Souza"
O Site base: www.ferrazdesouza.com
Ainda (e sempre) a Beleza... :)
Estas palavras são só parte da minha percepção, e têm o valor que têm e não mais...
Francisca, encontrei Beleza em tudo e em cada momento, do início ao fim do teu Projecto B. O teu exercício de busca da Beleza resultou num exercício fantástico para mim de encontro com a Beleza. Obrigada :)
Paulo, do nosso Projecto não posso falar como observadora, claro. Como te comentei, antes da performance, neste dia estava-me a ser mais difícil entrar no aqui e agora. Parte de mim não se conseguia abstrair do facto de ser isso mesmo, uma performance assistida. E foi essa parte que limitou a minha entrega a momentos tão espontâneos, quanto divertidos, transcendentes e cúmplices, onde chegávamos a encontrar, de facto, Beleza. Tenho mais um ponto que gostaria de acrescentar à lista de descobertas. Durante a performance, houve um factor que me ajudava a transportar para o aqui e agora e para esses momentos mágicos que criávamos: quando me cruzava com um sorriso de alguém do público. No fundo, continua a ser a presença do outro, mas nesta situação ainda não tínhamos experimentado. Nunca sabemos de que forma estamos a influenciar os outros a cada momento, mas se for com um sorriso, será certamente de uma forma positiva... :)
Filipe, confesso que me distraí um pouco do teu discurso porque estava ainda emergida no que se tinha passado na performance com o Paulo. Assim, onde encontrei Beleza foi na abertura que senti em ti enquanto fazias o discurso. Continua, tens muito para dar! :)
António, encontrei Beleza nos desvios que te foram acontecendo e nas resoluções que ias encontrando. Como daquela vez que nos apresentavas o mini Projecto B da procura dos objectos e bateram à porta. Foi lindo! :) Gostava de ter ter ouvido falar sobre o teu Projecto B...
Flávio, achei a tua apresentação linda. Não estou segura de ter alcançado e compreendido a fundo todas as tuas ideias, mas encontrei Beleza sobretudo na fragilidade que assumiste desde início... Pode parecer estranho, já que raramente alguém se desafia a expor-se assim. Tu assumiste-a e aceitaste-a... Espero que sigamos a encontrar-nos nas danças! :)
Micaela, desde o início que encontrei Beleza seja no que quer que fizesses... É antes como o fazes. Acrescento ainda, é antes quem tu és... Linda :)
Foi um percurso realmente bonito, grata a todos!
E para ti Teresa, muita energia para continuares a levar momentos tão bonitos como os que partilhamos neste atelier, a outras pessoas. :)
P.S.: Para que dia ficou o jantar?
quinta-feira, 16 de abril de 2009
notinha
Teresa
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Partilho o esboço do 'Meu projecto B
http://uminutu.blogspot.com/
terça-feira, 14 de abril de 2009
Comentem por favor!
(1.ª parte - contextualização)
O meu trabalho iniciou-se à volta de questões da relação do Eu com o Exterior:
- como posso percepcionar de forma menos deturpada o Exterior e a Mim mesmo?
- como me posso sentir menos desconfortável na relação com o que me é estranho?
A adopção do conceito de Aceitação como cerna da minha pesquisa tornou mais claro o trabalho. Este constitui-se, assim, na Aceitação de Mim mesmo e do Exterior. Dou atenção às minhas perspectivas e trabalho-as de forma a sentir-me mais confortável nestas relações e a perceber as suas potencialidades.
Após uma pesquisa mais derivativa, sinto necessidade de um trabalho orientado por uma metodologia, facilitando a construção das conclusões e a exposição das mesmas.
Decidi construir um modelo de entrevista para aplicar a um espaço e pessoas determinados.
Esta entrevista vai ajudar-me a construir esse modelo.
Desde já agradeço-te por colaborares no meu projecto.
(2.ª parte - entrevista)
Escolhe um lugar para esta entrevista.
Qual a tua ligação a este lugar? Que percurso fizeste para chegares aqui, para escolheres estar aqui?
(3.ª parte - criação de anexos)
Chegados ao fim da entrevista, peço para tirar-te uma foto (e se quiseres explico-te como é que a foto se encaixa no projecto), e que me dês um contacto teu para que eu te vá informando sobre o decorrer do meu trabalho.
Podes consultar o blogue http://prima-projectob.blogspot.com para conheces melhor o atelier que originou o meu projecto, e também como outra forma de acompanhares este trabalho.
Obrigado.
O meu projeto B (enorme, vão buscar pipocas...)
Um projecto subnutrido, carenciado e ideal portanto para responder à minha pergunta inicial – Vamos lá então a ver para quê que isto serve? Às vezes, para brincar, eu digo que sou uma cientista e fico logo toda contente! a verdade é que prefiro exercícios de funcionalidade a exercícios de abstração e então, resolvi ceder ao meu lado analista, neste tempo de “se não podes convencê-los, confunde-os”.
Eu estava descontente com as instalações de video da série “Ela só queria ser arrebatada” por duas razões:
1. Todos os pequenos quadros de video sobre o feminino que fui fazendo nos últimos anos eram bastante desconexos entre si do ponto de vista da sua linha estética, embora partilhassem a mesma linha poética – a minha ideia de feminino, que resultava afinal numa série de lugares comuns e abra-se aqui um parentesis para explicar melhor: “comuns”, claro, à nossa comum ideia de feminino. Digamos que eles me pareciam “um para cada lado” e gostava por isso de lhes acrescentar unidade.
2. A segunda razão prende-se com um certo toque de drama ou, conforme disse a Prima, de “história”, que gostaria de limpar do meu trabalho, pelo menos para já. Estou cada vez mais interessada na simplicidade e não quero arabescos, chinoiseries de espécie nenhuma. Não é nada de novo, tenho visto muito disto, mas é novo para mim e sobretudo, gosto. Gosto de ver aquele “cru”, subtil e delicado como um sushi.
O método:
Decidi trabalhar a questão da “unidade” apenas pôr colocar os quadros em sequência e repeti-los até que, naturalmente começassem a ganhar semelhanças formais entre si.
Quanto a questão da “simplicidade” adviria do “se” – “mágico”, à boa maneira stanislavskiana conforme já disse à Teresa (É que a tradição também tem as suas coisas) – dizia eu que a simplicidade adviria do “se” que escolhi, que foi o seguinte
“E se… a beleza fosse simples.”
E pronto. Conforme fomos fazendo a longo do workshop, é só concentrarmo-nos no nosso “se” e deixar o corpo enunciar a resposta, não podendo haver método mais simples.
Percebi então que teria de ter a estrutura muito bem montada para depois repeti-la inúmeras vezes, até que, à semelhança dos exercícios de “ses”, a beleza se revelasse por disponibilidade e aceitação. Mas deparo-me imediatamente com um problema: a estrutura não está nada bem montada. Lanço-me então à tarefa de:
1. Rever todos os videos, destacando aquilo que de acção e set é fundamental em cada um, de forma a ser transposto para a cena de forma “simples”.
2. Reunir todos os adereços que me estão a faltar para realizar as acções.
Fui então rever todos os videos, destacando o essencial, o que não é assim tão difícil, porque já os conheço bastante bem, mas já a procura dos objectos tem sido uma azáfama. Como podem imaginar há limites de orçamento que me fazem optar pelo charriot do Ikea em vez do da Area e isto aborrece-me, porque um é muito mais bonito e funcional do que outro e tanto “bonito” como “funcional” são conceitos que eu tenho de respeitar. Sem querer ser vulgar, é certo e sabido que às vezes o orçamento fala ainda mais alto do que a beleza – o que é com certeza uma novidade para vocês…).
Atendendo aos pormenores mundanos e desprezíveis do orçamento possível, passeio então pelas lojas onde penso encontrar os meus adereços levando o meu “se” na cabeça. E eis-me a passear nos corredores do Toys’r’Us, do Continente, do Norte Shopping com o meu “E se a beleza fosse simples?...” o que, reparo, condiciona a minha escolha de forma interessante. Por exemplo: começo a optar por objectos brancos em vez de objectos de cor, opto por metais e não por plásticos e sobretudo começa a esboçar-se essa premissa de “funcionalidade” que viria a revelar-se da máxima importância. Ao princípio chamei a isto uma “linha iconográfica fundamental”, o que quer dizer simplesmente que a qualidade das imagens e dos objetos era da máxima importância (até porque eu estava a trabalhar a minha ideia de feminino e eu não penso em “feminino” sem pensar em beleza. A beleza é um valor feminino, que me caiam em cima o quanto quiserem por dizer este possível lugar comum. Comum a quem? a nós, volto a destacar.) Mas no centro desta “coisa” iconográfica eu não podia deixar nunca a minha premissa de simplicidade, o que imediatamente me afasta do drama, barroco, do qual desde o início me quero libertar (pelo menos para já). Uma pequena excessão para o azul que foi surgindo e que eu deixo ficar como discreto elemento lúdico (um colorido!), quer dizer: que não é imediatamente funcional. Por outro lado, azul é a cor dos meninos e isto satisfaz a minha veia irónica.
Por esta altura já estou completamente envolvida num prazer mórbido à volta da ideias de“funcionalidade” e é portanto com deleite que me perco na secção de “Organização” do Ikea… Fico horas a estudar possibilidades de encaixe e estruturação: charriots, gavetas, caixas, tampas, sacos, tudo isso me seduz e estou a começar a pôr em causa a minha sanidade mediterrânea… Percebo que este pequeno êxtase se deve a ter encontrado um ponto verdadeiramente sensível da minha procura de beleza pessoal:
ORGANIZAÇÃO. ESTRUTURAÇÃO. ARRUMAÇÃO. LIMPEZA.
Depois deste episódio, revelador de identidade ou subjetividade na procura pessoal, fico muito feliz e vou para o ensaio toda contente montar o meu charriot e as prateleiras brancas, mas mal começo os parafusos do Ikea partem-se todos e eu não consigo montar, nem experimentar a minha singela e bonita estrutura. No meio da desventura, no entanto, aconteceu uma outra coisa importante.
Por entender que montar o charriot já fizesse parte do ensaio, comecei a mentalizar o meu “E se a beleza fosse simples?...” durante a fase da bricolage. “A bricolage chegou à dança contemporânea”, pensei. Foi então que nova revelação se apresentou sob a forma de uma evidência bem iluminada:
“O meu projeto B poderia ser montar o charriot!”
É que todo o meu projeto B, a minha procura de beleza, foi no sentido de estruturar uma coisa desconexa de forma funcional e simples (como as linhas do meu charriot). No sentido de encontrar uma estrutura (cénica) capaz de dar suporte a uma beleza previamente ausente, ou seja, a minha partitura “Ela só queria ser arrebatada” de uma forma organizada. Através do estudo cénico d’ “A montagem do charriot”, nada então haveria de mais simples e cru. Se o estimado leitor ainda tiver a amabilidade de continuar a lêr este relatório exaustivo do que têm sido as duas últimas semanas da minha participação no “Projeto B”, gostará então de saber a conclusão de todas estas peripécias.
O meu projeto inicial é dar beleza a um projeto (“Ela só queria ser arrebatada”) carente de determinadas caraterísticas que relaciono com a beleza: unidade e simplicidade. Este é o meu projeto inicial. “A montagem do charriot” seria um excelente Projeto B, mas afastar-me-ia da minha proposta inicial. Isto porque “A montagem do charriot” seria um projeto sobre a minha procura de beleza, mas não sobre a aplicação prática dos exercícios num projeto carente.
A partir de agora isto será um exercício lúdico de matemática, para vocês verem se eu sou ou não sou uma cientista.
Se eu estou a fazer um projeto B, mas este se soma a um projeto meu prévio, então eu tenho de fazer a seguinte operação:
A minha procura de beleza (ou A montagem do charriot) + Projecto carente (ou Ela só queria…) = X
A + B = X
Sendo A = Projeto B = necessidade de organização, estruturação, limpeza e arrumação.
E sendo B = Ela só queria ser arrebatada = Meu/ nosso lugar comum feminino.
Então, o valor de X parece-me ser:
NECESSIDADE DE
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURAÇÃO,
LIMPEZA,
DO MEU/ NOSSO
LUGAR COMUM FEMININO.
Aqui sorrio, porque estou divertidíssima. É este o resultado do meu projeto B.
Ressalvo que dentro do tempo de que disponho para ensaiar a minha partitura, estou certa de que muito dificilmente conseguirei a limpeza necessária à cena, por isso tenho de aceitar o que for possível, esforçando-me naturalmente por esticar ao máximo essa fasquia do “possível”.
De qualquer forma considero o resultado muito positivo e estou grata pelo caminho percorrido com a ajuda de todos. Eu estou mesmo grata por termos trocado de meias uns com os outros.
Beijinhos.
Micaela, a Pedra
quinta-feira, 9 de abril de 2009
O nosso Projecto B
E se o meu corpo encontra Beleza ao estar no aqui agora?
Projecto partilhado com o Paulo.
Algumas das questões que se foram levantado ao longo do processo:
Como encontro em mim esta presença no aqui agora?
Para estar completamente no aqui agora é necessário processos de aceitação e purificação da nossa memória, da memória que guardamos do outro e dos espaços?
Como abordar a questão do tempo? Experimentar o passado e o futuro como forma de compreender o presente?
Se eu vivencio o aqui e agora plenamente e o outro também, a partir de que base nos vamos relacionar? De que forma a presença do outro influencia o meu estar no aqui agora?
De que forma o julgamento influencia o meu estar no aqui agora?
Poderei realmente encontrar Beleza a cada momento, e em qualquer situação? Qual é o mínimo necessário para que se tenha a predisposição/receptividade para buscar/encontrar a Beleza? Ou é algo inato, inerente a todos?
Escolhas:
Apesar de estarem interligadas todas estas questões, as nossas escolhas foram-nos conduzindo mais para a abordagem da pergunta: Se eu vivencio o aqui e agora plenamente e o outro também, a partir de que base nos vamos relacionar? De que forma a presença do outro influencia o meu estar no aqui agora?
Método:
Deixar fluir
1º momento:
1) O que o corpo precisa para estar no aqui agora
Desfaço tensões, entrego, limpo, aceito.
Transfiro consciência para o corpo, cada pequeno movimento, expando os sentidos, respiro com consciência
Abro o meu canal de ligação ao transcendente.
Reconheço a presença do outro, da nossa união, de um caminho lado a lado.
Apercebo-me que não ha hierarquias, nada é mais importante que nada.
2) Viagem: eu no aqui agora consciente da tua presença
Encontramos Beleza quando, de alguma forma, nos completamos, nos identificamos e ao sentirmos o conforto da presença do outro que está no mesmo processo.
Encontramos Beleza naqueles pontos no espaço suspensos no tempo consequências do nosso cruzamento.
Encontramos Beleza no jogo.
A presença do outro ajuda-me a manter-me no aqui agora.
3) Observador e observado
Sentimos liberdade ao ser e ao deixar ser. Somos humanos.
No aqui e agora não há julgamento.
2º momento:
1) 2) e 3) explorados com sequência, com menor duração, e no exterior
Houve evolução, por estarmos a trabalhar nestas questões toda a sessão anterior, foi-nos mais fácil entrar mais rápido nesse estado e passar por todas as fases em um menor período de tempo.
Registo da experiência no exterior:
A nossa viagem em busca da luz, do transcendente, das coisas simples, da Beleza.
Ofereces-me uma folha e não a quero perder, ainda preciso dela. Tentamos descobrir a fórmula mágica de criar luz. Juntos conseguimos; mas ainda não. Busquemos outras luzes que outros já acenderam.
Subimos as escadas. Eu gosto assim, sentimo-nos reis e rainhas crianças. Eu sou o vento e tu és a oração. Estamos bem no alto, pertinho da lua que cresce. Um homem que passa assusta-se, nós rimos com sua a inocência. Estamos no meio de dois nadas que contêm neles tudo.
Descemos as escadas, seguimos ao encontro da luz. Damos a nossa atenção à ausência de luz. Olhamos o horizonte e deixamos partir a folha em direcção ao infinito. Foi a brisa que a levou. E a nós. Porque a minha casa não é aqui.
Ao encontro da manifestação física da Beleza no aqui agora
3º momento:
Experiência da viagem no aqui agora sem a presença do outro
Maior dificuldade em estar no aqui e agora sem a presença do outro.
A sua presença e a sua observação sem julgamento mostram-se realmente como factores importantes para uma maior capacidade de me conectar com um estado mais sublime, um estado de Beleza.
Criação de uma partitura do aqui agora
(em fase de construção)
Meu Projecto B
ZONA DA BELEZA A CARTOGRAFAR:
‘Eu vs Eu – Tenho Beleza em mim?’
‘Tenho Beleza em mim?
Ainda não a atingi. Mas percebo onde ela me toca. Repito a questão e a resposta é ‘sim’, mas ‘fora de mim’. Sinto o vento gelado a tocar na minha pele…dói e faz-me ter ‘pele de galinha’, mas é isso a Beleza para mim… é dessa forma que ela vem ter comigo! O frio faz-me sentir viva… o corpo reage… os órgãos reagem… sinto-me leve, livre, plena. É desta forma que a Beleza me chega! Agora não sei se EU tenho Beleza, mas sei por onde ela anda… Por aí…
QUESTÕES PARA INICIO DE PROCURA:
‘Onde está a Beleza?’
A Beleza está no mais fundo das coisas.
‘E se a Beleza não existisse?’
O meu corpo pára. Não sabe como mover-se… nem quer…
O espaço pede para ser reorganizado, até se encontrar a Beleza.
TENTAR PROCURAR EM MIM UM ESTADO DE BELEZA.
Corro lá para fora com o meu balde preto. Enfio-o na cabeça até ao peito e pergunto: ‘Tenho Beleza em mim?’. A minha voz abafada pelo balde, faz a perguntar voltar. Sorrio… Um pequeno pontinho no centro do peito acende. Sim tenho mas não está activado. Pergunto em tom alto, baixo, muito alto ou sussurrando: ‘Tenho Beleza em mim?’; O ponto vibra… Sinto que ele activa quando é algo exterior que o estimula. Ou o vento ou o eco da minha voz… porque de mim para mim não o ponto não activa. O balde aperta-me o peito, fazendo sentir-me abraçada/aconchegada. Aqui sinto que tenho disponibilidade para acolher a Beleza, mas não estou em estado de a fazer nascer.
FASE II
PASSEIO POR VILA DO CONDE EM BUSCA DA BELEZA:
Coloco as mesmas questões que na sessão anterior, mas em diferentes espaços.
‘Que influência tem o ‘espaço’ na minha procura pela Beleza dentro de mim?’
A Beleza manifesta-se em mim quando estou disponível para recebe-la.
A disponibilidade é o estado para a recepção da Beleza.
‘ESTADO DE BELEZA’ (definição por ‘Francisca’): Estado que chamo, quando estamos disponíveis/ receptivos para a Beleza.
FASE III
A PARTIR DE TODO O MATERIAL RECOLHIDO, INICIO DE ESTRUTURAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO:
- Encontro com o ‘Estado de Beleza’ para se iniciar o trabalho.
- Escuta e movimento.
- Escuta e movimento dentro do balde.
Que diferenças há?
Dentro do balde os sentidos ganham outra dimensão. Estou mais desperta, e a escuta interior é bastante maior.
Como encontrar essa mesma sensação mas fora do balde?
Deito-me e fecho os olhos, imagino-me dentro do balde. Olho para ele algumas vezes.
De olhos fechados, tento visualizar a perspectiva de dentro do balde, e transporto-a para o exterior. Os braços começam a movimentar-se, como que sensores. Toco o meu corpo, estico os braços para sentir o ar a passar pela minha pele e pelos. Esse ar faz os meus braços dançarem. Sabe bem…
- Pedir a outras pessoas que passem pela mesma experiencia que eu e comentem.
Teresa
Decide movimentar-se primeiro pois é dessa forma que se encontrará com a Beleza.
Quando decide ir ter com o balde e o enfia na cabeça, sente que dentro os sentidos tomam outra dimensão muito mais intensa. Aqui resolve entrar num jogo de ‘entra/sai’ com o balde, pois este ao mesmo tempo não era uma sensação muito agradável.
FASE IV
Analisando todo o material anterior encontro pontos em comum…
As palavras Saber, Através, Disponível, Reconhecer, Mim, e Receber.
…E outras de maior relevância.
‘A Beleza está no mais fundo das coisas’
‘Se a Beleza não existisse reorganizava o espaço, até a encontrar’
‘Quando a Beleza passa em mim, os meus braços movem-se como sensores e conduzem-na até ao peito, criando uma vibração nessa zona.’
Juntando estes pontos, que considero fortes, encontro uma estrutura coreográfica e estética, que tenha estes pontos todos presentes.
Movo-me debaixo de uma cortina porque…
Tem um simbolismo associado à conclusão, ‘A Beleza está no mais fundo das coisas’
Coloco folhas em branco dispostas como que uma ‘arvore genealógica’, porque…
Por reacção á resposta ‘Se a Beleza não existisse reorganizava o espaço, até a encontrar’; e porque para mim as palavras Saber, Através, Disponível, Reconhecer, Mim, e Receber, estão presentes nessas folhas brancas.
Movo-me só com os braços porque…
Aquando da presença da Beleza, os braços era a única parte do corpo que se movia. Absorviam e conduziam-na até ao peito, criando uma vibração nessa zona.’
Dois lados de observação porque…
A Beleza não é de fácil acesso. É preciso ultrapassar a ‘barreira’ para a encontrarmos. É preciso ir sempre ao fundo.
E se a nossa beleza incomodasse o público?
O que é que é a beleza então? Não há coisas que todos achamos belo; um bebé, uma flor, um quadro de Monet? Talvez seja assim. Mas isso não é a beleza da qual estamos a falar aqui. A beleza ou o belo do que estamos à procura aqui é o belo que pode estar em tudo, que depende de nós como indivíduos e não duma convenção sobre o que é belo. Se fosse assim trabalhávamos sobre modelos.
O que nos interessa é a beleza que, como quem diz, vem “de dentro”. Esta beleza é a individual, a que vemos nas coisas e situações que gostamos cada um e na pessoa que amamos. E esta beleza é, por muito anti-convencional que seja, ou talvez especialmente por isso mesmo, a mais bela. E por isso a procura desta beleza, o trabalho sobre ela e sobretudo a presentação dela em frente de outras pessoas é uma coisa muito individual, na que mostramos algo de nós próprios.
Será que seja isso que é central na arte? Trabalhar com e sobre coisas que nos afectam pessoalmente e não somente sobre o que achamos interessante mas que não tem a ver connosco? Ou será o contrário, que existe uma vista ou um trabalho artístico pessoal de mais, com que fazemos de exibicionista? Há pouco tempo saí com um amigo para ver uma mostra performativa do trabalho artístico de um artista português no que ele mostrava o seu trabalho dos últimos anos. Foi um trabalho muito pessoal numa mostra muito intimista, e o artista até esteve para falar com o público sobre as coisas que tínhamos visto. O meu amigo ficou não mesmo incomodado, mas achou esta forma de mostrar um trabalho tão individual num ambiente assim um certo exibicionismo. Sentiu-se estranhado por ter entrado num espaço tão íntimo duma pessoa que não conhecia. E eu fiquei a pensar: Mesmo se o facto de mostrar a minha esfera íntima ou coisas muito pessoais na minha arte não seja um problema para mim, às vezes pode ser para o público! Mas se calhar, continuei pensar, isso seja por ser confrontado com perguntas que me afectam a eles também, com coisas nas quais não queriam pensar, porque têm a ver com eles e com os seus problemas e as suas angústias também.
Não cheguei a conclusão nenhuma. Mas acho que quando trabalhamos sobre um tema tão pessoal como a beleza devemos estar conscientes e atentos ao que estamos a fazer – que mostramos muito de nós tal como que isso afecta o público numa maneira muito especial. E talvez ainda mostramos mais quando o instrumento de procura é o nosso próprio corpo.
terça-feira, 7 de abril de 2009
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Filipe Gomes - o meu projecto B
Pesquisar a Aceitação tendo por metodologia exercícios de aceitação.
A Aceitação conduzirá a descobertas, das quais se pode fazer o registo e a exposição.
08/04
1. aceitação tem a ver com trazer o mundo para dentro de ti.
2. tens sempre a hipótese de não aceitar. e isso também faz parte da aceitação.
ok, ideias toda a gente tem! evita a deriva, cria metodologia (obrigado Teresa!) - sê B :D
10/04
Metodologia:
vais fotografar locais em que te sintas desconfortável (1. aceitação tem a ver com trazer o mundo para dentro de ti)
domingo, 5 de abril de 2009
Uma delícia para a alma, perfeitamente articulada e organizada.
Vou segmentar as acções "inconscientes" do meu corpo e desenhar uma partitura que seja só articulada e organizada, o melhor possível. Depois vou abrir bem os olhos, mas fechar o nariz para mergulhar! para já ainda estou de tesoura e linha na mão, no corte e cose do meu projeto "Ela só queria ser arrebatada" revisitado pelo "Projecto B". Que giro ;).
Desejo a todos uma grande genica para levarem os vossos projetos bês a um porto seguro e verdejante! Força, nesta parte mais difícil da escalada! Lembrem-se, lá em cima a vista é mais bonita.
(Estou cansada! Quero ir para o campo fazer teatro para as vaquinhas, como diria um amigo. Mas vou continuar! ah não se não vou!! ou não me chamasse Micaela, a pedra! até já, pessoas bonitas.)
quinta-feira, 2 de abril de 2009
terça-feira, 31 de março de 2009
Curso de Lu Jong
Fiz um curso de Lu Jong com o Lama Lobsang, ainda que não tão intensivo, e na minha opinião vale a pena.
domingo, 29 de março de 2009
Mini projectos B
Gostei muito deste exercício, ficamos na revelação daquilo que elegemos e a minha pergunta é: e como seguiriam a partir daí? Pensem amanhã reunimos.
Observações do corpo quando este se "rende"
O que outros de vocês acham que acontece ao corpo: fixa-se e resiste no que encontra, joga com o que observa, leva ao limite, cede gradulamente á gravidade, muda de espaço com o olhar,transmite uma sensação de equilibrio, brinca com o peso, interioriza o espaço, cria surpresa pela espontaneidade, não está com rodeios.
Nos momentos em que o corpo se rende a cena dilata-se e o espectador penetra.
sábado, 28 de março de 2009
Esboço de Projecto B
Partindo de:
- "De que é que este corpo precisa?"
- "E se este(s) corpo(s) fosse(m) uma extensão do meu?"
- "O meu corpo precisa disto."
Um exercício em que nos vamos interconstruindo, trazendo para o exercício:
- material autobiográfico
- pessoas autobiográficas
- e o momento em que as autobiografias dos participantes se encontram.
Careço de:
- co-autor(es); total de 3 participantes.
- espaço, tempo e A.I.P. a combinar...
De que forma o aquecimento influencia tudo o resto?
Na medida em que o meu corpo aqueceu por si sem estimulo de outros. Mas comunicou… Não ficou só… ele começou por se auto-analisar e a resolver as partes problemáticas. Quando outra pessoa surge é-lhe dado o que necessita. Começou por si e acabou por si.
E se o meu corpo encontra beleza quando se rende?'
Teresa
Quando se rende…
O seu corpo ganha uma forma verdadeira. Torna-se belo por ser sincero. Existe um encontro com o que pode ser a beleza.
A cena ganha leveza.
Filipe
Quando se rende…
O seu corpo procura por algo. Mentalmente existe um processo a acontecer… E é tão belo vê-lo a acontecer. Será belo o caminho a percorrer ou será belo quando se encontra a beleza?
A cena tem sempre uma questão no ar… ‘E se?’
Isabel
Porque é que sinto que não me rendi? O que faltou render? Poderá ser algo tão interno que quando detectado exista uma ruptura? Será que a beleza está nessa ruptura? Sentir o corpo rendido? Sentir-me rendida?
Procurei… -não fui sincera com o meu corpo. Tive pena, mas não sei onde está o bloqueio.
Ao mesmo tempo senti que nasceram em mim questões, em vez de certezas… o que foi bom.
António
Quando se rende…
No seu corpo existe uma procura por respostas… Agora pergunto… Será por aqui? Será que devemos procurar? Ou será que devemos deixar acontecer?
Paulo
Quando se rende…
O seu corpo pára… mas o seu olhar está activo! Procura! Como que: ‘Rendi-me e agora? Onde estás?’
Micaela
Quando se rende…
O seu corpo aguenta-se, aceitando o esforço e desconfortável o tempo todo. Poderia ser bem mais tempo… porque sabia que no final iria sentir e encontrar algo.
O que ficou?
Render não é desistir.
Dar para receber.
Quando se permanece, é porque há beleza; Quando me deixo progredir no espaço sem pré-conceito, é porque há beleza.
O que precisam as minhas partes do corpo?
Á medida que se evolui no exercício cada parte do corpo focada vai-se tornando cada vez mais leve!
Quando o Paulo referiu o coração, a primeira imagem que tive foi, os meus pulmões e entre eles o meu coração suspenso por um fio.
A sensação foi de um vazio tão grande que as lágrimas escorreram-me.
Depois de me confrontar com esta imagem, decidi resolvê-la e mentalmente coloquei as minhas mãos delicadamente por baixo do coração.
As minhas mãos aqueceram-no e soube tão bem… Quis sorrir.
Embora tivesse o meu coração seguro por mim, soube que não eram as minhas mãos que o satisfaziam. Foi o que ficou pendente…
Onde estou eu agora? Para onde quero ir?
Aqui fecho os olhos… sinto e absorvo… sinto e absorvo tudo o que me rodeia…
Estou á espera do meu motivo.
Estou no cimo do monte á espera do motivo para me entregar ao precipício.
Quero ir lá para baixo… para o fim do precipício.
Sei que lá em baixo estará o que procuro. Sei que é lá…
Porém quero também gozar a queda… Quero sentir essa viagem… Não tenho pressa de lá chegar…
quinta-feira, 26 de março de 2009
Vou ter de abandonar esta busca... por enquanto!
Decidi que não vale a pena manter-me no Projecto tendo de faltar tantas vezes: descontinuei o trabalho, e apesar de poder ir na próxima semana sinto que já perdi o fio, e terei de faltar mais vezes... O meu Ensemble tem sido (felizmente!) mais requisitado do que o esperado, e precisamos dos serões para ensaios extra.
Por isso mantenho-me em contacto mas suspendo a minha busca.
Que a Beleza vos invada cada vez mais, e que a possam transportar convosco sempre!
Mil beijinhos afinados, e caso precisem de alguma coisa, berrem!! :)
quarta-feira, 25 de março de 2009
Ao render, o corpo...
Filipe
Ao render-se abre-se o peito. O corpo expande e respira.
Isabel
Ao render-se, o corpo cresce, imobiliza e gera impulsos provocando momentos de tensão e relaxamento.
António
O render na abertura do corpo e do olhar para cima.
Paulo
O corpo rende-se entregando-se à corrida.
Micaela
Ao render-se, o corpo deixa-se ir até aos seus limites. Gradualmente cede à gravidade. Encontra o seu render neste desafio provocado pelo equilíbrio/desequilíbrio. Vê-se aceitação no olhar.
Render: é aceitar, é estar bem, é permanecer (ou não), não é necessariamente desistir, há uma maior presença, não é perda mas antes ganho, também é perda: perda de apego, expectativas, controle.
De que falamos quando falamos de "Rendição"?
"Render não é desistir. Render é aceitar, não impor."
Quero saber mais sobre isto.
As vosas notas sobre o meu corpo quando se rende.
Já cá está. É imediato. Já cá estás e a fluir. (A beleza) Vem se não resistes nem à situação nem ao lugar, se permaneces nele, se progrides nesse lugar, não achando que é estanque ou se não pensas que já o conheces ou que te conheces dentro dele.
Fixas-te e jogas com o que observas. Resistes e manténs-te. Aí adquires jogo, drama e contexto. Levas ao limite o equilíbio, a permanência, mas cedes gradualmente à gravidade a tensão do teu corpo. Deslocas-te através do olhar e fixas-te no que encontras. Acumulas, aguentas e aceitas o esforço e o desconforto.
Dá-me a sensação de que quando abandonares isso é que vais encontrar.
(Pessoas: isto é lindo. Parece que me conhecem desde sempre! Obrigada ;))
Observações anatómicas sobre o vosso corpo quando se rende.
Primeiro quebra o corpo pela cintura. Os movimentos são suaves e ondulantes. Pouco músculo. Mais ossos do que músculos. As articulações muito suaves. (Ela mudou.)
Filipe
Está sentado no chão. Movimentos ondulatórios da coluna, impulso no peito para a frente, impulso entre os omoplatas para trás (prazer). Depois abre os os braços e deixa-se cair no chão, com uma grande expiração em "Ah!".
Francisca
Andando em círculos no chão, em cima do mesmo ponto, quebra/ rende o corpo em fade in pela cintura pélvica e escapular. Ambas para a frente. (não é a Francisca=Brisa, é outra).
António
Primeiro quebra pelos ossos da bacia, depois quebram os joelhos. Sempre mais ossos do que músculo e articulações suaves. (Encosta-se à parede para fazer amor, mas também pode ser para ser fuzilado.)
Paulo
Tenta quebrar também pela bacia, mas o movimento fica empancado, porque os joelhos não cedem e ele não cai como gostaria. Então começa a correr, a correr, até que pára de repente. Apoiado na parede, parado a olhar para cima, cai de repente quebrado pela cintura (Fica quieto a contemplar o Universo e cai fulminado, penso).
Eu
O meu corpo não se rende. As coxas aguentam o peso. A metade inferior do corpo não cede à gravidade, mas os braços levantam-se no ar.
segunda-feira, 23 de março de 2009
E Se o Meu Corpo Encontra Beleza Quando Se Rende
Do outro
No que vejo.
Faço não sei o que
Que é isso?
Que...
Pronto
È o que já está.
È Isto.
Está aqui.
Mas algo se mexe e se desloca e se foi.
Vejo esse ser que é.
Sem saber já de novo,
Sobre o novo ser que
já está.
E Se Eu Resperar Beleza A Todo O Instante
Procuro este Ar todo maravilhoso
E encontro
E procuro
E sinto
E encontro
- ah.....Que maravilhoso...
Francisca
Em suspensão
Ergo- me
E plano sobre
Este chão
Folhas mortas.
Ondas e Vagas
Que docemente me levam
- ha....Então é Isto.
Mais uma vez...
E cá estou Eu em suspensão...
Este tecto desloca-me
Em expirais pelo Ar
Num leve torvilhao
Teresa
Solto todo este ar
Pelo ar que gira e se arrasta.
Paz e Calma.
Deixa pousar que isto já nasce...
Tenho de ir
Não quero ver.
E agora...
Já estou lá. Será Isto?
È ali.
O meu Corpo que tem o prazer de Dançar.
Micaela
Este sorriso,
Vou me deixar levar.
Zaz, Tráz, Paz.
Pausa.
- Que ódio!
Todas estas macacadas!
Suspendo me
Largo me
E Tudo Brilha e Salta
Olha...Parece que todas estas posições e imagens,
Mensagens e Coisas.
Ai porra para isto.
Angustia.
Vou aguentar esta Tristeza
Que me bate e me corta o coração
- Vai...Vai lá passear
E dar uma volta
Ana
Caminho sufocada
Com esta Àrea
que se afogou
( Será a M. Baterfly? Ou será Outra)
Quem é Ela?
domingo, 22 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
Vão Ver!
Ultima apresentação domingo ás 22 horas.
Reservem lugar - Lupa :910902525
sexta-feira, 20 de março de 2009
A minha respiraçao influencia o meu movimento
Para me encontrar.
Depois deixar...
Andar assim, Dançar assado...cozido...guisado,
E encontrei uma uniao do corpo em relaçao á respiraçao.
E entao nasceu a imagem,
Por vezes, de um homem,
Muito pequenino
Só, e cansado
Que se arrasta
Pelo mundo
Em plena existencia
Para consigo
Os Dramaticulos de Becket
Outras vezes
Tornava me alto
Esguio
Esbelto
E segui-a luminoso
Cheio de si
E caminhava numa extensa
Linha recta.
Para onde vou... (em poucas palavras)
Para um tempo de rápidas transformações e grandes descargas energéticas.
Para um tempo de curar e harmonizar.
E se o meu corpo encontra Beleza quando se rende?
Rendo-me ao vazio. Encontro o vazio nos meus gestos. Rendo-me ao movimento do outro. Rendo-me à aceitação daquilo que sou. Rendo-me ao fluxo daquilo que somos juntos.
Gravitamos. Planamos.
Quando me rendo o meu corpo segue esta vontade estrangeira.
Eu como o observador que se deixa envolver e deleitar neste jogo.
Experiência (segundo grupo)
Vontade de me render . Rendem os músculos, os órgãos, o esqueleto, a mente e a pele. Rendo-me à presença imposta pelo outro. Não sei de que outra forma me render que não a ausência de movimento. Mas hoje estou eléctrica e talvez esta mesma electricidade atraia os outros e o seu movimento que manipula o meu movimento.
Sinto-me invadida pelo render do outro e violentada pela sua forma de estar. Rendo-me à minha emoção. Cruzo os braços e fico. Tremo, não consigo parar, e os olhos enchem-se de lágrimas.
Hoje em mim não cabe o infinito.
(Só mais tarde encontrei a Beleza neste momento)
O meu corpo precisa disto...
Tem necessidade de soltar, respirar fundo, rir.
O meu corpo sente falta de viver naquele ponto suspenso no tempo e no espaço onde não actua a gravidade. Hoje não tem vontade de se entregar ao chão.
Precisa de se activar com movimentos e sons.
Também precisa de cor e de se deixar ser levado por quem quiser e se quiser.
Será que precisa de tudo isto só hoje ou sempre, até nos dias em que estou mais esquecida dele?
Através do corpo, escutando a sua sabedoria e cuidando-o, descubro, afinal, o que sou.
quinta-feira, 19 de março de 2009
Sessão 18-03
O meu corpo precisa de atenção, e amor, e carinho. O meu corpo precisa de atenção.
O meu corpo precisa de fruição e desejo.
O meu corpo fala e eu quero ouvir.
O meu corpo sou eu e não o posso destruir.
O meu corpo ama-me. O meu corpo quer-me.
Eu aceito o momento.
Eu aceito o desvio.
NÃO HÁ RESPOSTAS CERTAS.
E se o meu corpo encontra beleza quando se rende?
esvoaçar.
o meu corpo rendeu-se ao playground. brincou, jogou, mas não se fez corpo. o meu corpo não se ouviu silêncio, não se fez todo, não Existiu. brinquei com o meu corpo.
se o meu corpo se render voa, queima-se e cresce.
se o meu corpo se render parte-se em dois pela linha mediana do peito. racha-se a cabeça, separam-se as coxas.
se o meu corpo se render perde o peso. brilha. é pó de estrelas...
o meu corpo rege-se por princípios a conhecer.
os pés respiram.
Notas da conversa final com o Joclécio:
- consentimento
- sedução!
- respeito!
- intrusão
- perceber onde o outro está